sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A história como vetor de construção da cultura e identidade dos povos

Um povo sem história é um povo sem identidade. Se não há história não existe futuro

A cultura é a construção da identidade de qualquer povo, através da cultura o homem cria e recria seus valores, crenças, mitos, ideologias, saberes e fazeres, dessa forma desenvolve sua história. A cultura permite o ser humano estabelecer sua identidade e trilhar o caminho do pertencimento. Toda produção de conhecimento é fruto de relações culturais que emanam das experiências, habilidades e das trocas de informação entre os homens.
A presença dos aspectos sociológicos e antropológicos da existência humana possibilita  entendermos as diversas culturas espalhadas pelo planeta e como cada povo construiu sua identidade, no entanto a dominação de uma cultura sobre a outra provocou ao longo dos séculos o desaparecimento de crenças, valores, religiões e aspectos culturais em favor de uma ideologia dita superior.
Tal dominação cultural veio juntamente com a dominação econômica, social, política e religiosa que até hoje reflete nos povos explorados, tais como os negros e índios, escravizados pelo dito ser superior europeu. Portanto conhecer a história é recriar a cultura e evitar que o erro passado seja novamente cometido.
A oralidade e a escrita são elementos fundamentais para construção da história, pois, torna possível aos seres humanos narrar suas tradições e representá-las no mundo. A tradição oral, passada de geração a geração foi à forma encontrada pelos povos oprimidos de perpetuar seus saberes e fazeres, além de ser um instrumento de luta e resistência contra opressão dos dominantes. A oralidade com seu caráter tácito e informal permitiu ao homem aprender sobre como dominar o ar, a terra, o fogo e o ar, elementos naturais que constituem a vida e assim precisam estar em harmonia com todos os outros seres.
Por outro lado, a escrita encontra-se no seio dos povos dominantes. O ato de escrever e ler são visto como a essência daqueles que são capazes de explorar, por deterem o poder da informação e do conhecimento. Logicamente, tal visão da escrita perpassa a ideia do dominador, por não reconhecer a oralidade como traço cultural e legitimo de outros povos, assim como a religião, os modos e os costumes.
Pois uma tribo africana que não tem internalizada a capacidade da escrita, aos olhos do dominador é subjugado como seres inferiores, o mesmo ocorre nas nações indígenas americanas, então, incapazes de construir sua cultura, por isso merecem ser subservientes aos desejos do colonizador, executando trabalhos penosos e sofrendo castigos horrendos.
Tal visão retrógrada e imperialista dos superiores povos europeu levaram ao genocídio cultural, que infelizmente abriu caminho para todos os tipos de preconceitos e as mais variadas formas de violência contra os povos africanos e latinos, que perduram até o momento, trata-se de uma ferida aberta, que jamais cicatrizará.
Resta-nos a história como um meio para resgatar a identidade perdida, usando a escrita vinda da cultura dos dominantes para documentar e autenticar as atrocidades cometidas no passado, fazendo-se assim lembrar que os erros não devem ser apagados.        

sábado, 10 de dezembro de 2016

Digitalização de prontuários médicos no SUS: medida desnecessária no momento

      

Segundo determinação do Ministério da Saúde (MS), até o dia 10 de dezembro de 2016 todos os prontuários médicos dos pacientes deveriam ser digitalizados nos postos e unidades de saúde de todo país, logicamente que tal medida do MS não será cumprida na sua totalidade, por razões de dificuldades financeiras, tecnológicas e de recursos humanos, exigindo treinamento dos funcionários, implantações de redes e equipamentos, tais como Scanners, softwares.  A digitalização dos prontuários certamente irá trazer grandes vantagens ao sistema de saúde, beneficiando milhões de usuários do serviço, como rapidez e eficiência no atendimento, permitir conhecer melhor o histórico do paciente e assim administrar o tratamento adequado, acesso seguro às informações por diferentes profissionais da saúde, além de diminuir o custo com a impressão e duplicação de documentos em papel, gerando enorme economia nos gastos públicos. A tecnologia da digitalização dos prontuários médicos fará a integração de informações entre o governo federal, estadual e municipal e dessa forma distribuir de forma mais equânime os repasses de verbas. No entanto, a conclusão deste projeto vai ser longo que exigirá esforços de todos profissionais de saúde e tecnologia envolvidos, além do apoio direto do Ministério da Saúde, não só com equipamentos e sistemas, mas também capacitação e treinamento das pessoas. A realidade dos postos e unidades de saúde em nosso país parece ser desconhecida pelo governo, por estar muito aquém do ideal, não possuindo mínimo para atender o cidadão. A ideia da digitalização do serviço de saúde de fato é uma iniciativa bastante positiva e extrema relevância que beneficiará o atendimento ao usuário do serviço de saúde e vai agilizar as atividades e tarefas dos profissionais.  Mas a grande questão é que antes deveria se pensar na situação real dos postos e unidades de saúde do país. A maioria deles está numa situação de extrema penúria, se quer tem médicos em quantidade suficiente, muitos estão com sua estrutura física danificada, não possuindo iluminação adequada, vazamentos no teto, alguns não possuem medicamentos básicos para o cidadão e outros não têm material de limpeza e de higiene. Fatores como estes é que deveriam ser prioritários e serem sanados com urgência. A tecnologia por si só não resolverá os problemas já citados. Então, o investimento do governo para a modernização na saúde acaba sendo inútil, um gasto que poderia ser utilizado em outras frentes mais necessárias, servindo de forma efetiva o usuário do sistema de saúde. Portanto, exigir prazo para implantação do serviço de digitalização de prontuários médicos, quando não se tem uma mínima estrutura é um grande contrassenso, ou melhor, para ser mais crítico, torna-se pura demagogia. Precisamos oferecer ao cidadão serviços públicos mais concretos e tangíveis, que atendam a sua real necessidade. Não estamos aqui contra a digitalização do serviço de saúde, sabemos  que trata-se de uma tendência natural e evolutiva, que deve sim ocorrer, devido a sua enorme vantagem agilizando os processos nos serviços de saúde com um todo. Porém, é preciso avaliar as condições reais para sua implementação, pelo fato da digitalização ser um processo complexo que demanda conhecimento técnico, experiência em certas atividades e tarefas, planejamento estratégico e operacional, suporte tecnológico e estrutural, além de desenvolvimento de sistemas de informação, redes estáveis para comunicação constante e equipamentos. Enfim, caberia ao Ministério de Saúde, antes de impor tal medida em tão curto prazo, reavaliar suas atitudes e compreender a verdadeira situação de caos da qual a saúde brasileira se encontra, basta vermos as filas quilométricas nas unidades e postos de saúde para marcar um exame, quando conseguimos fazer, leva-se seis meses ou até mais. A tecnologia de digitalização dos prontuários por mais benéfica que seja,  nesse caso não poderia ser a primeira solução, sendo que existem problemas muitos mais grave a serem resolvidos.          

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Os Perigos da Desregulamentação Econômica

Neste novo milênio assistimos a enormes mudanças em relação a economia, não vivemos mais dentro de uma ilha isolada, cuja produção e consumo estava restrito localmente. O mundo tornou-se global, assim como os mercados, que diretamente são impactados. talvez, uma da maiores discussões neste planeta globalizado seja a questão da desregulamentação da economia. Este assunto um tanto controverso apresenta distintas opiniões e interesses em diversas nações. As experiências em relação a desregulamentação a princípio pode ser um tanto perniciosa e trazer graves consequências econômicas e sociais.
Pois, trata-se de um mecanismo que privilegia grandes empresas em detrimento ao papel estado. A isenção do estado de sua função social, econômica e até mesmo política em certo sentido no gerenciamento de regras, normas e leis, colocando-as na mão de grandes corporações cria enormes danos à sociedade. A falta de intervenção por parte do estado, permite que empresas atuem com as piores práticas e muitas vezes sem serem punidas de maneira severa.
O caso mais emblemático que se beneficiou da desregulamentação foi a empresa Eron, uma gigante da setor de energia dos EUA, que faliu no inicio do século XXI devido a falhas e fraudes financeiras, erros de gestão, falsas informações ao mercado. A Eron era vista de como um corporação sólida, pois, investir em suas ações eram ganhos líquidos e certos, mas na verdade a empresa apresentava grandes problemas como: balanços e demonstrativos contábeis mascarados que não reportavam os  reais prejuízos.  A Eron aproveitou-se da falta de regulação do setor energético e de concorrência no estado da Califórnia para cometer abusos econômicos, alvitrando os preços das tarifas em mais de 300%.  A falência da Eron foi um choque para todos que dela dependiam, provocou as mais diversas reações, suicídio de executivos, empobrecimento, desemprego e muitos investidores viram suas aposentadorias e pensões se diluírem. Isto mostra claramente que a ausência do estado e a quebra de leis podem ser danosas a sociedade como um todo. Portanto  o governo deve exigir contrapartidas financeiras (multas, ajustes de conduta) e legais (punição de executivos e responsáveis) no intuito de proteger os interesses da sociedade.  
Na visão da  esquerda renovada, o governo é a base de regulamentação dos serviços prestados  pelas empresas, pois regular é evitar que os excessos capitalistas possam fraudar o mercado e abusar economicamente da sociedade.  As agências reguladoras tem um papel preponderante na economia, cujo princípio é debelar os abusos de preços dos serviços e produtos, exigir das empresas atuantes políticas claras de proteção ao consumidor, funcionários e investidores, transparência na gestão, em que os balanços patrimoniais e contábeis sejam abertos a todos. As agencias reguladoras devem representar os interesses da sociedade, punido de forma exemplar os absurdos comerciais, regular as tarifas  e cobrar serviços de qualidade.  Pois, casos como estes da Eron mostram que os excessos nos preços foram tolerados pelo governo devido a falta de controle e leis que punissem exemplarmente a empresa, responsabilizando seus executivos por agirem sem qualquer ética no mercado.
Enfim, aqueles que defendem a desregulamentação, geralmente são dotados de uma ética duvidosa, intitulam-se os donos do poder e furtam-se da responsabilidade com os trabalhadores, pequenos acionistas, consumidores e agentes governamentais. De uma certa forma podemos aqui entender que desregular a economia é fortalecer o capitalismo em sua essência mais selvagem e brutal, assim passando por cima dos direitos trabalhistas, provocar perdas no investimento dos fundos de pensão e aposentadorias, além do desmonte da legislação fiscal-tributária. A desregulamentação abre um enorme precedente para a especulação financeira, colocando em detrimento os investimentos de milhões de pessoas, que esperam um retorno real e justo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Esquerda renovada: uma mudança de paradigma

A criação da esquerda renovada vem contrapor o status quo vigente, por não mais caber a ideologia partidária, como uma proposta arcaica e ineficaz aos anseios da sociedade atual.  O partidarismo como mecanismo político tornou-se obsoleto e segredado a realidade da nova configuração ocorrida no mundo, ao passo que não consegue mais arrebanhar todas as vertentes e correntes de pensamentos.  A pretensão maior da esquerda renovada é justamente não ser de forma alguma um palanque partidário,  uma sigla ou símbolo formatado em estatutos, ideologias, regras  ou mesmo transformar-se em agremiação. O objetivo da esquerda renovada pauta-se na manifestação contrária ao atual modelo político, da qual poucos se beneficiam do poder.  
A  verdadeira insatisfação da sociedade em relação a política de um modo geral pôde ser observado nas urnas desta última eleições, frente ao enorme número de abstenções, votos nulos e brancos, tal fato mostra a descrença e desânimo com modelo político em voga. Essa demonstração um tanto nociva gerou um quadro de anomalia política, trazendo à tona  certas bizarrices como a extrema direita numa posição conservadora e com seus discursos preconceituosos. Isso representa um certo retrocesso político, que danificam os institutos democráticos conquistados ao longo história. Basta vermos os perigos que o conservadorismo ultradireitista podem fazer ao tomarem o poder, tais como: a perda de grandes projetos que visam a diminuição das desigualdades sociais, leis e direitos voltados às minorias, o fim da divisão da riqueza produzida pelo país.
No entanto o autoritarismo das antigas frentes comunistas, como o Stalinismo na antiga URSS, o comunismo chinês não pode ser aceito como a essência do socialismo colocado por Marx, por que recaem na grotesco e selvagem autoritarismo. Pois, Marx foi muito mal interpretado ou mesmo mal utilizado ao pregar-se as ideias socialistas, sua proposta em linhas gerais era a luta pela igualdade na distribuição da riqueza  e o fim da exploração dos trabalhadores pelo rolo compressor do capitalismo agressivo, da qual a direita conservadora era responsável. A esquerda renovada pretende regastar o marxismo dentro de suas ideias democráticas e não essa visão fantasiada, em que o socialismo é vista como uma ditadura do proletariado ou uma burocracia ineficaz imposta pelo estado como colocam alguns defensores do conservadorismo.
O estado deve sim existir  e ser presente, justamente para manter a ordem das coisas, intervir nos abusos do capital e de seus detentores, auxiliar nas políticas públicas e atender as necessidades dos despossuídos e oprimidos  pelo poder econômico. Na própria teoria econômica de Keynes (economista inglês) seus tratados já demonstravam que o estado tem a função de regular a emissão de moeda, estabelecer  normas para o mercado de maneira a impedir os desastres econômicos, como foi crise econômica de 1929 e tantas outras, ou seja, Keynes defendia a interferência da economia na política. Diante dessa visão a esquerda renovada tenta construir suas ponderações e incutir suas opiniões, entretanto, sem a criação de ideologias partidárias, nem mesmo estatutos, pois este é a amalgama para o antigo, ultrapassado, que deve ser aniquilado.
As manifestações são o nosso palco, sem bandeiras e apoio partidário, nascemos da comoção popular, da indignação com as ideologias opressoras. Sabemos que a atual política não dá mais conta dos nossos desejos. No seu cerne o que se vê é apenas corrupção, desgaste, interesses particulares, desmantelamento com a coisa pública. Na chamada casa do povo, lugar onde estão nossos representantes tudo está contaminado pelos vermes corruptivos, fazem o jogo  conforme seus interesses próprios. A máxima dos partidos políticos é adentrar essas casas  e no seu interior estabelecer regras que contrariam a vontade da maioria. A esquerda  renovada não pretensão de estar ou mesmo fazer o jogo sujo do poder. O objetivo da esquerda renovada é lutar e apoiar através de novas armas o fortalecimento da democracia em todas as suas esferas, manifestar de forma inteligível contra aqueles que abusam do poder em benefício próprio.  A liberdade se faz de maneira responsável, enfim somos todos responsáveis pelos nossos atos e a nossa omissão custa caro. O fato de abstermos politicamente leva ao poder nossos inimigos, isso é visível na atual conjuntura política, quando assistimos a derrocada da democracia. Precisamos ser transgressores no sentido de impedir e relutar  e jamais aceitar que o arcaico e parasitário poder renasça para escravizarmos.
Afinal, estamos vivendo o ápice tecnológico, em que a internet e suas ferramentas: blogs, redes sociais, como um meio sincrônico substitui os meios frios de comunicação como a TV, Rádio que não permite a interação ao vivo e instantânea. Então, a internet juntamente de seus instrumentos deve ser um espaço de luta, manifestações e reunião da esquerda renovada. As redes sociais é lugar da conversação, do debate, das ideias produtivas, onde podemos discutir aquilo que desejamos em termos políticos, sociais e econômicos. Pois o Estado  é a soma da sociedade, a força produtiva, que englobam as necessidades popular e não as vontades daqueles que usurpam o bem público. Novamente, a tecnologia vem como aliada dos sem voz, dos oprimidos, dos despossuídos, através dos blogs e redes sociais podem exprimir seu grito de liberdade e clamar por mudanças, ou mesmo opor-se ao sistema e talvez transgredir, assim agir e manifestar-se democraticamente contra o atual estado das coisas.
A burocracia e a tecnocracia deveriam ser estados de exceções, que outrora dominaram o mundo, no entanto a história nos ensinou que regimes abomináveis e distópicos como estes jamais deveriam vir à tona novamente, são inaceitáveis. Esses regimes formam-se da alienação  humana, em momentos de fragilidade democrática, por exemplo: o Stalinismo se fez de uma anomalia do socialismo marxista, dá má interpretação de seus escritos e da própria aceitação cega da sociedade num momento de caos histórico. entretanto, a tecnocracia nasce do poder da direita conservadora, dos instrumentos impostos pelo capitalismo, juntamente com o estado autoritário que utiliza os meios de comunicação e propaganda para vender um sistema econômico que pode ser a solução do mundo naquele momento de fragilidade. 
Não podemos cair  nesse ideário tecnocrático, que se resume no aparelhamento do estado, justamente para manipular a sociedade como um todo. A tecnocracia nos levaram a patamares históricos deploráveis com infinitos massacres genocidas, destruição cultural, extrema desigualdades sociais, o verdadeiro caos planetário. Muito bem, qualquer fundamentalismo seja de direita ou de esquerda torna-se nocivo a sociedade, assim  como a ideia de partidarismo que gera cisão e fragmentação política, originando a descontinuidade de projetos futuros.
Nem mesmo,  o modelo anárquico com seu conceito de ausência de poder e contrariedade aos regimes políticos faz frente as propostas da esquerda renovada, por que ainda sim é dotada  de ideologias, são estas que impedem o florescimento de uma sociedade organizada para contrapor-se a tudo que está estabelecido. Talvez a anarquia possa aproximar-se da esquerda renovada no sentido não ideológico, mas da ação conjunta presente nos sindicatos, agremiações e associações de trabalhadores.  A esquerda renovada não acredita nas instituições enquanto sua forma física e sim no agir da sociedade, pois toda ação também gera reações, segundo as leis da física. As reações, um ato de proteção dos reacionários, que não querem permitir o desenvolvimento das políticas progressistas, libertárias, anárquica e de cunho esquerdistas ajam naturalmente sobre o mundo por medo de perderem o controle  e o poder sobre as massas, continuar manipulando-as. Enquanto isso, os reacionários dominam qualquer tentativa de ação libertadora, sufocando-as com  mordaça da opressão. colocam aqueles que pensam e agem em prol da cidadania, da igualdade e da liberdade numa situação de clandestinidade e subversão por exercerem sua intelectualidade a favor da democracia.
De qualquer forma, sabemos que o modelo de democracia representativa não é o ideal, apresenta grandes falhas, sujeitas a desigualdades sociais, políticas e econômicas. A representatividade nem sempre é a escolha da maioria, muitas vezes manipulável pela corrupção e fortemente dotada pela ideologia partidária, exigindo estatutos e regra incompreensíveis aos olhos da grande parcela da sociedade. A complexidade desestimula a participação, em consequência temos a insatisfação com o modelo democrático aí posto. Faz-se mister que as fronteiras da revolução sejam quebradas  como condição sine qua non para a libertação do homem. Rebelemo-nos para destituir o paradigma político vigente, que encontra-se decadente e prejudicial aos interesses da população trabalhadora.       
Nossas armas serão os discursos, as manifestações, as ideias que devem ecoar do nosso espírito livre e combativo, não queremos mais um poder humilhante, com sua face repressiva e ameaçadora, pois o tempo do medo já passou e nos resta fazer a revolução com mudanças reais. Assim a esquerda renovada entrará na verdadeira roda da história para desmascarar toda iniquidade imposta pelo poder tirânico do sistema econômico que visa apenas o lucro e massacra o trabalhador.
O filosofo que de tudo ri, ao contrario daquele que ainda pode chorar, por não ter nada e saber o que apenas sobrou foi a miséria humana. Sim, somos seres miseráveis, dotados de uma profunda angustia, melancólicos, incapazes de reagir aos intensos medos. Não temos mais lágrimas de tanto pranto, que só nos resta o riso escarnoso da desgraça humana. Na verdade, não somos dotados de uma carapaça grossa, que nos protege contras as lanças e espadas do mundo, a todo momento recebemos o ataque dos inimigos e simplesmente não reagimos, então sucumbimos à primeira ferida.
Deixamos a história nos consumir, por ela passamos e nada aprendemos. Mas, se quisermos mudar a nossa condição de vítima, coadjuvantes para quiça protagonistas atuantes temos que ir ao front de batalha e desse modo lutar com as armas certas. A esquerda renovada tem o intuito de desconstruir a miséria humana, transformar o riso do escárnio e da melancolia em esperança. Parece-nos presunção ou até uma utopia vinda do mais retórico discurso, no entanto, se temos a capacidade de rir de nós mesmos, refletir sobre nossa miserabilidade e nossas ações enquanto ser no mundo, os próprios caminhos que construirmos fornecem a direção a seguir. Direção esta, que visa romper os laços traçados pelas ideias conservadoras, preconceituosas e reacionárias.
A real compreensão da miséria humana nos permite desatar os nós feitos pelas tradições das políticas antidemocráticas e autoritaristas que tanto barbarizam o homem trabalhador.  portanto a história deve ser entendida não como um fim em si mesma, mas a oportunidade de não replicarmos os erros passados. Tal experiência já vivenciada pelas mais diversas anomalias políticas, que dizimaram todas as tentativas de mudanças.
A esquerda renovada passa por uma estrada pavimentada e sólida, pois é quase uma experiência espiritual, dotada de fé, não no sentido da religião e sim no âmbito da crença de valores éticos e morais, ou seja, acreditar na capacidade de mudar o mundo política, social e economicamente.
O conhecimento talvez seja a única forma de chegarmos a plena liberdade. Por meio do conhecimento criamos toda estrutura cultural com suas crenças, valores, mitos, regras, normas e ritos.  No entanto, o conhecimento na mãos de poucos torna-se artefato de dominação e exploração. É um poder exacerbado, que cria senhores e escravos. O capitalismo é fruto desse conhecimento, em que poucos detém os meios de produção e quase escraviza o resto do mundo. A esquerda renovada vem justamente reivindicar o acesso ao conhecimento de maneira ampla, atingindo a todos aqueles que não tem voz. A ampla disseminação do conhecimento é a via natural para que todos nós possamos construir uma base sólida em relação aos nossos desejos, expectativas e anseios.     

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Uma pequena nota sobre o livro "Aplausos para Cecília" (Sônia Mara)

É muito comum nós seres humanos julgarmos os outros sem conhecermos seu passado. Não procuramos ir a fundo para saber a história das pessoas  e com isso deixamos de aprender com elas a mais sublime essência da vida. Pois, as melhores histórias são aquelas dotadas de simplicidade e sabedoria que provém de nossos antepassados, que nos fazem refletir a vida. Muitas desses casos escondem em si medos, incertezas, angústias, amarguras, tristezas, decepções, dores e traumas que nunca se fecham, são apenas amenizados pelo tempo e talvez juntam-se aos raríssimos momentos de alegria e paz. Para que possamos ter a clara compreensão do universo que nos cerca é necessário sabedoria, mas não essa colocada pelos bancos da escola e sim aquela vinda daqueles que nos antecede. O aprender com estes verdadeiros sábios estão em suas palavras simples, cheias de ensinamento de quem nasceu numa vida sofrida, privados do amor, do carinho.
Encontramos em grandes escritores como Guimarães Rosa, Fernando Sabino e entre outros mineiros a prosa que destaca muito bem essa simplória sabedoria. Nos mais recônditos cantos destas Minas Gerais estórias se tornaram famosas para o resto do mundo, apresentando a magia deste povo guerreiro. As tradições, costumes, a religiosidade e segredos das pequenas cidades mineiras guardam enormes relíquias sobre sua gente. Suas histórias, muitas delas trancadas a sete chaves, escondem magoas e desencontros internalizados pela vergonha e medo. Talvez a melhor forma de  amenizar os traumas vividos seja jogar pata fora tudo aquilo que nos corroí por dentro. Então, escrever, falar e contar causos pode ser uma saída para os males, um modo de evitar que o passado não esteja mais presente na roda do futuro, ou seja volte a acontecer. Por que aquele que não admite seu passado está condenado repeti-lo no futuro.
A pequena introdução feita anteriormente é justamente para refletirmos sobre como as dificuldades impostas pela vida podem nos tornar sábios e ao mesmo tempo "externizar" essa sabedoria pode ensinar aos outros a lidar com suas angústias de maneira serena, amenizando os traumas. Quanto a ideia descrita sobre as pacatas cidades de Minas Gerais (hoje nem tão pacata assim, pelo fato da violência ter tomado conta delas), é por que as melhores histórias as tratam como um povo acolhedor, hospitaleiro, que sabe receber visitas com mesa farta de broa de fubá, pão de queijo, café de qualidade e leite. Mas nesta resenha a narrativa não vai alcançar estes saberes ou mesmo o modo de vida nas "Gerais". O livro a ser resenhado emite um parecer sobre os desencontros familiares, ficando assim no âmbito do primeiro parágrafo que trata da sabedoria pelo revés da vida. Agora adentraremos de fato ao livro intitulado "Aplausos  para Cecília" de Sônia Mara que com uma escrita objetiva e sem rodeios, permitindo uma leitura agradável e reflexiva, aquilatando-se aos grandes escritores mineiros já citados  acima anteriormente. A obra da autora expõem como os sonhos e desejos de criança podem ser simplesmente destruídos pela degeneração do seio familiar, que faz perdurar por gerações e gerações uma cicatriz inapagável, um verdadeiro trauma que nem mesmo a psicanálise Freudiana daria conta de apaga-la. Entretanto a exteriorização do fato através da palavra escrita foi a melhor forma da autora externalizar e exorcizar os sentimentos mais profundo de angústias, amarguras, tristeza e ressentimentos deixados pelos seus antepassados. Sendo que o abandono dos filhos por uma mãe para viver com seu amante é uma temática muito forte principalmente num tempo em que tal assunto era um tabu, talvez um "sacrilégio, um ato de loucura em uma sociedade conservadora, machista e patriarcal neste vasto interior das Minas Gerais.  Digamos enfim,  que o livro "Aplausos para Cecília" de Sônia Mara traz a tona um drama familiar, o abandono dos filhos pela mãe adúltera, cuja protagonista a menina Cecília se vê órfã de mãe e pai vivos tem de aprender a sobreviver não só com a miséria humana, mas a falta de amor e carinho. Observa-se na obra não uma superação, e sim a aceitação e sublimação dos fatos ocorridos. Portanto,  o livro da autora nos faz pensar sobre como a ausência dos pais pode gerar enormes danos nos filhos, contada numa história simples, mas sobre um assunto tão complexo.  

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Distopia capitalista - a verdade sobre a classe média brasileira

Esta é a ideia do capitalismo: produzir e criar um exército de consumidores. Com apoio do governo estas grandes empresas recebem incentivos e faz girar seus produtos. A mídia é o vetor de propagação, que através de cenários paradisíacos iludem as pessoas que para ser o melhor deve consumir o produto A, para ser feliz tem de comprar o produto B e assim caímos neste rolo compressor do capitalismo. Já a classe média proveniente de um passado que no Brasil a colocava como classe D ou E ( abaixo ou entre a linha da pobreza) , mal tem formação educacional e política, na verdade é uma vítima do sistema econômico que massifica a população por meio da ilusão midiática. Vivemos uma grande distopia capitalista, com seres humanos "androidificados" (robotizados) neste sistema nefasto, principalmente nós países emergentes, que viraram templos do consumo desenfreados, por serem mais facilmente manipulados e querer imitar o estilo de vida da matriz global EUA. Enquanto isso, caminhamos para o caos político, social e econômico, aceitando as coisas como rês que vai para o abate. Não podemos ser meros coadjuvantes de nossa história, aceitarmos frações e migalhas informacionais vindas do meios de comunicação que manipulam nossas mentes e nos transformam em mortos vivos, necessitando de outros cérebros para nos guiar e sobreviver. Jamais permitirmos que esses parasitas políticos, que sugam nosso sangue, suor, salário, aposentadorias e direitos nos representem como homens públicos, votando projetos e leis que contrariam os interesses e benefícios para sociedade. Mas infelizmente vivemos num mundo distópico, na qual a democracia é uma mentira, a liberdade é uma ilusão. Somos escravos do poder midiático, do espetáculo, da manipulação e do consumo que conforta nossa vida medíocre, por sermos medianos. Portanto nos falta clareza, opinião e pensamento crítico. O capitalismo ilude a todos, por ser declarar um sistema em que as oportunidades são para todos, aqueles que não crescem é porque não trabalham, não criam, não geram riqueza e lucro, puro engodo, a máxima capitalista é explorar. explorar e explorar o máximo do despossuído. Então, criar um pequena classe média obtusa e acéfala, moldada pela mídia para o consumos, enquanto uma raríssima parcela da sociedade desfruta da riqueza. Pois, Marx já havia previsto no século XIX.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

As relações de trabalho na sociedade do conhecimento

A era da sociedade industrial com base na produção de bens tangíveis chegou ao fim e levando com ela as relações pautadas na luta de classe e os meios de produção. O legado deixado pela era industrial foi o crescimento exagerado das cidade, a divisão do trabalho e domínio dos meios de produção por uma burguesia capitalista que explorava os trabalhadores. No entanto, as lutas de classes serviram para a organização dos trabalhadores e o aparecimento dos sindicatos e associações e com isso melhorias no padrão de vida, apesar de que na maioria dos países emergentes a desigualdade social ainda prevalece com enorme impacto, a qual grande parte da população não tem acesso a educação, emprego, moradia, saúde. 
O capitalismo industrial nos países desenvolvidos gerou uma classe média alienada, cujo foco esta no consumo desenfreado e desprovida da capacidade de criar opinião, quando a faz tem como base as mídias de massa, manipuladas pelo estado e grandes corporações. A sociedade industrial fundamentada na relação terra-capital-trabalho por força das próprias mudanças, como a globalização dos mercados, as novas formas e relações de trabalho e o avanço tecnológico sai de cena para da lugar a intangibilidade crescente dos serviços pautados no conhecimento. 
A era da sociedade do conhecimento em que a industria passa embutir o conhecimento como o principal fator de competitividade e geração de riqueza. O conhecimento nesta nova era é o elemento chave para o sucesso das organizações e isto modificou profundamente as relações no mundo do trabalho. O trabalhador do conhecimento não vende mais sua força de trabalho, ou seja, deixou de ser mão de obra, tornando-se um trabalhador intelectual que pensa, age e toma decisões. Na sociedade do conhecimento a crescente industria é amplamente notada nos setores de TI, cinema, TV, consultoria que exige colaboradores pensantes, criativos e capazes de apresentar resultados efetivos. As formas de trabalho também mudaram com a sociedade do conhecimento, muitos trabalham em casa ou prestam serviços como freelancer através de contratos temporários, talvez possa parecer para alguns uma precarização do emprego, mas, na verdade é uma maneira de flexibilizar a jornada de trabalho e ampliar a legislação trabalhista. 
Essas mudanças nas relações de trabalho pautadas na sociedade do conhecimento contribuem para a colaboratividade e motivação das equipes, pois o foco estão nas pessoas. Sendo que a tecnologia não modifica o status quo das empresas e nem é um indicador de sucesso e competitividade, por exemplo, todas as empresas tem acesso ao mesmo software, mas são os seus colaboradores que detêm o conhecimento para fazer a diferença. 
A complexidade da sociedade do conhecimento não comporta mais a visão simplista e cartesiana da era industrial, temos a necessidade de uma olhar holístico, sistêmico, para que as empresas possam compreender as grandes transformações e assim enfrentá-las. Pois a visão sistêmica permite-nos entender de forma global as necessidades dos outros, sem sermos individualista. Esta é a chave da sociedade do conhecimento, em que o outro possa ser ator da sua própria história tendo voz e vez. 
As grandes empresas que desapareceram na atual sociedade do conhecimento foi justamente por não aceitarem as mudanças ocorridas no mercado, simplesmente faliram por não acreditarem que as novas tecnologias, as transformações nas relações de trabalho e de consumo poderiam de fato efetivar-se. 
Essas grandes empresas cometeram um enorme erro que lhe custaram o fim no mercado globalizado e altamente mutável. No entanto, poucas empresas centenárias sobreviveram e foram capazes de se adequar a nova sociedade, isto se deve a resiliência e aprendizagem contínua de seus colaboradores, gerentes e diretores, ou seja, o conhecimento das pessoas. As organizações que aprendem assim denominadas são aquelas que não visam o lucro obsessivo e sim a satisfação de por meio de um propósito claro e ao mesmo tempo aceitando a diversidade do mercado, consumidores e dos próprios colaboradores. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Rede social com espaço político

O conceito de rede social não é algo novo, construído pela tecnologias da informação e comunicação (TICS). Ela tem seu viés no campo sociológico, que busca compreender as interações humanas e os relacionamentos entre atores sociais. Filósofos, sociólogos, economistas e outros tantos profissionais procuraram entender as redes sociais como mecanismo de trocas informacionais e como instrumento de participação e pertencimento. O individuo seja consciente ou inconscientemente tem a necessidade de estar incluso em um grupo quer por afinidade ou mesmo pela vontade de pertencer em algo que lhe dar prazer. Este conjunto ou agrupamento de seres formam uma rede de interesses convergentes. No interior dessas redes as interações podem ser intensas e duradouras, ou mesmo, efêmeras e dispersas. Os estudos em redes sociais busca avaliar as interações e os fluxos de informação entre os atores que dela participam, daí nasce a análise de redes sociais (ARS) com a proposta de entender seus mecanismos tais como: ator, nós, ligações (links), centro, periferia, audiência, distâncias. A relação destes mecanismo permitem-nos compreender o comportamento dos atores e a sua atuação. Já os "links" e "nós" de uma rede é o modo de fluição das informações e conhecimentos que por ela perpassa, pois depende da quantidade de trocas informacionais. A intensidade das trocas de informação ou conhecimento determinará a posição e nas ligações de um ator na rede. Pois um ator que tem o papel central na rede provavelmente terá uma quantidade maior de links, do que aquele que está na periferia. Podemos dizer que o número de links e nós é um fator determinante para o fluxo de informações e ampliam as trocas de conhecimentos entre as pessoas. Atualmente, no âmbito da análise de redes socais (ARS) a tecnologia da informação e comunicação abriu um enorme caminho para que a ideia de rede social fosse transportada para o mundo virtual. Isso ofereceu mais subsídios ao estudo das interações e fluxos informacionais entre atores da rede. Com apoio da TICS percebeu-se uma reestruturação na forma de configuração das redes, tornando-as mais distribuídas, ou seja, não há mais um nó central, que a ordena. Nas redes distribuídas a informação flui de maneira rápida e sem a retenção de conhecimento, por que as trocas são múltiplas, não existindo a centralização de um comando que envia, recebe e distribui informações. As redes sociais sofreu grandes mudanças com a internet, se antes elas eram mais físicas e dotadas de caráter humano, agora vive no ciberespaço, na virtualidade. Mesmo assim a participação dos grupos sociais mantém-se ou talvez até ampliaram-se, basta vermos as manifestações, reivindicações e atos públicos que aglomeraram milhões de pessoas em todo mundo. Este fenômeno que encheram as ruas só foi possível através da ampliação das redes sociais no ciberespaço. Podemos dizer que a rede social tornou-se um importante instrumento de luta e conquista social. No entanto, a beleza da rede esconde uma questão polemizada por pensadores como Zygmunt Bauman sobre o fato da liquidez das relações e interações humanas. Vivemos em uma sociedade em que as relações estão cada vez mais superficiais e efêmeras e isto não é diferente no mundo virtual, na qual tudo é dinâmico. Entender as redes sociais requer de nós um conhecimento sobre as relações humanas, compreender o indivíduo e suas necessidades e talvez sabermos que a tecnologia não é uma solução única para resolvermos estes problemas. O ideal é retiramos das redes sociais o potencial que ela pode oferecer em termos interação, fluxo de informação. Pois, as força nas interações e nos fluxos informacionais aumentam a audiência e a participação. Observa-se, principalmente quem tem aproveitado desta participação nas redes sociais são os grupos políticos, ao fazer dela um palco de campanha para as eleições. Portanto, o uso da rede na política abriu um espaço de participação, que permite conhecermos propostas, sugerirmos ideias, aceitar ou não um programa de governo. No aspecto político o uso das redes ampliou o espaço democrático para que aqueles que não tinham voz pudessem expor seus sentimentos, angustias, desejos e participar como cidadão.  

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Não somos vaquinha de presépio - somos cidadão

Como vai meus caros leitores, já faz um bom tempo que não venho aqui para colocar minhas ideias em prática e discutirmos sobre os atuais acontecimentos. No entanto algo que vem me deixando um tanto consternado é rumo de nossa política, que tornou-se assunto corriqueiro na grande mídia televisiva, além de outros meios de comunicação. Fala-se de crise, corrupção, lava-jato, impeachment, triplex, sitio, Petrobrás e por aí vai. A todo momento somos bombardeados com novas revelações, que já não são mais novidades para ninguém e sim fatos cotidianos da realidade brasileira. A manifestações pelo país não tem um porquê, sendo atos que caíram no vazio, enquanto isso, avança a tentativa de impedir a presidenta a dar continuidade ao seu governo. Tudo bem, diga-se de passagem que o governo está atrapalhado, desnorteado e sem uma direção, até concordo, por que realmente está, basta vermos os indicadores econômicos e sociais, por outro lado temos um legislativo ("covil de cobras") que nada faz em prol do cidadão, estão apenas preocupados em manter seu "curral eleitoral" (expressão ressuscitada de um passado coronelista e populista) e assim perpetuarem no poder. Percebemos a nocividade dos acontecimentos, como tudo isto é prejudicial à nação brasileira. De um lado um governo esvaziado pelos fatos de corrupção e incompetência, do outro uma parcela da câmara dos deputados que visam apenas a sua reeleição, troca de favores, sem contar que muitos deles estão envolvidos em atos ilícitos e jamais deveriam estar naquela casa, que por sinal virou a casa da Mãe Joana. Se a crise econômica foi deflagada, graças ao rumo político no país. Sinceramente, não vai ser o  impeachment da presidente que irá restaurar a confiança na política brasileira, por que infelizmente o sistema como um todo está corrompido. A crise não é só política e econômica, vai além, vivemos uma crise de valores, de moral, de identidade, pois é, não sabemos mais o que está certo ou errado. Nossas opiniões perderam fundamentação, não temos mais a capacidade de dialogar e compreender o outro. Os meios de comunicação de massa nos manipulam, com mentiras ou meias verdades em prol de interesses escusos. Esta é a nova sociedade, a sociedade do espetáculo, calcada apenas no consumismo, no prazer e nas relações efêmeras que impede-nos de ver obvio, a verdade. Saímos da realidade, para entrarmos em um mundo de fantasia criado pela publicidade e a mídia, com seus produtos inebriantes. Esta mesma mídia fala em democracia, igualdade, liberdade, no entanto o que vemos são enormes contrastes sociais, econômicos, direitos sendo violados, desrespeito ao cidadão. Por isso estamos em crise, justamente por não nos envolvermos e dialogarmos contra este atual quadro político podre, contaminado pela corrupção, interesses próprios. Enquanto a grande maioria da população padece na pobreza, no desemprego e na manipulação de uma elite nefasta.  



Natureza

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