A era da sociedade industrial com base na produção de bens tangíveis chegou ao fim e levando com ela as relações pautadas na luta de classe e os meios de produção. O legado deixado pela era industrial foi o crescimento exagerado das cidade, a divisão do trabalho e domínio dos meios de produção por uma burguesia capitalista que explorava os trabalhadores. No entanto, as lutas de classes serviram para a organização dos trabalhadores e o aparecimento dos sindicatos e associações e com isso melhorias no padrão de vida, apesar de que na maioria dos países emergentes a desigualdade social ainda prevalece com enorme impacto, a qual grande parte da população não tem acesso a educação, emprego, moradia, saúde.
O capitalismo industrial nos países desenvolvidos gerou uma classe média alienada, cujo foco esta no consumo desenfreado e desprovida da capacidade de criar opinião, quando a faz tem como base as mídias de massa, manipuladas pelo estado e grandes corporações. A sociedade industrial fundamentada na relação terra-capital-trabalho por força das próprias mudanças, como a globalização dos mercados, as novas formas e relações de trabalho e o avanço tecnológico sai de cena para da lugar a intangibilidade crescente dos serviços pautados no conhecimento.
A era da sociedade do conhecimento em que a industria passa embutir o conhecimento como o principal fator de competitividade e geração de riqueza. O conhecimento nesta nova era é o elemento chave para o sucesso das organizações e isto modificou profundamente as relações no mundo do trabalho. O trabalhador do conhecimento não vende mais sua força de trabalho, ou seja, deixou de ser mão de obra, tornando-se um trabalhador intelectual que pensa, age e toma decisões. Na sociedade do conhecimento a crescente industria é amplamente notada nos setores de TI, cinema, TV, consultoria que exige colaboradores pensantes, criativos e capazes de apresentar resultados efetivos. As formas de trabalho também mudaram com a sociedade do conhecimento, muitos trabalham em casa ou prestam serviços como freelancer através de contratos temporários, talvez possa parecer para alguns uma precarização do emprego, mas, na verdade é uma maneira de flexibilizar a jornada de trabalho e ampliar a legislação trabalhista.
Essas mudanças nas relações de trabalho pautadas na sociedade do conhecimento contribuem para a colaboratividade e motivação das equipes, pois o foco estão nas pessoas. Sendo que a tecnologia não modifica o status quo das empresas e nem é um indicador de sucesso e competitividade, por exemplo, todas as empresas tem acesso ao mesmo software, mas são os seus colaboradores que detêm o conhecimento para fazer a diferença.
A complexidade da sociedade do conhecimento não comporta mais a visão simplista e cartesiana da era industrial, temos a necessidade de uma olhar holístico, sistêmico, para que as empresas possam compreender as grandes transformações e assim enfrentá-las. Pois a visão sistêmica permite-nos entender de forma global as necessidades dos outros, sem sermos individualista. Esta é a chave da sociedade do conhecimento, em que o outro possa ser ator da sua própria história tendo voz e vez.
As grandes empresas que desapareceram na atual sociedade do conhecimento foi justamente por não aceitarem as mudanças ocorridas no mercado, simplesmente faliram por não acreditarem que as novas tecnologias, as transformações nas relações de trabalho e de consumo poderiam de fato efetivar-se.
Essas grandes empresas cometeram um enorme erro que lhe custaram o fim no mercado globalizado e altamente mutável. No entanto, poucas empresas centenárias sobreviveram e foram capazes de se adequar a nova sociedade, isto se deve a resiliência e aprendizagem contínua de seus colaboradores, gerentes e diretores, ou seja, o conhecimento das pessoas. As organizações que aprendem assim denominadas são aquelas que não visam o lucro obsessivo e sim a satisfação de por meio de um propósito claro e ao mesmo tempo aceitando a diversidade do mercado, consumidores e dos próprios colaboradores.
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