É
preciso acreditar que somos capazes de realizar coisas inimagináveis, enfim a
nossa humanidade permite criarmos, inovarmos e aprendermos ao longo de nossa
existência. No entanto, as limitações impostas pela sociedade, família, igreja
e trabalho impedem o nosso crescimento pessoal.
Então,
por que algumas pessoas atingem o sucesso, tornam-se grandes empreendedores,
destacando-se na sociedade. Talvez, a resposta esteja no modo de pensar e agir.
A grande maioria das pessoas se realiza dentro de uma caixa, um quadrado
limitado e fechado, desconhecendo os horizontes que estão além daquele mundo
cúbico. No entanto, uma pequena parcela da população consegue romper as paredes
da caixa e ver que há uma imensidão a ser desbravada, pois é nesta vastidão de
formas geométricas que impera a oportunidade, a criatividade e a habilidade
para se chegar ao sucesso.
Mas o
mundo nos engana, essa ideia de vencer e alcançar sucesso, poder e riqueza são
uma ilusão criada pelo mundo capitalista. Apenas os poucos que dominam os meios
de produção detêm o poder, que aliada aos meios de comunicação que nos iludem
com suas propagandas e notícias, fazendo com que tornemos meros consumidores de
produtos, seres passivos e alienados.
A
mídia capitalista cria humanos dotados de uma cegueira intelectual, homens
incapazes de enxergar sua própria condição, assim, tornamo-nos alvos da
inescrupulosa indústria do entretenimento, que nos faz engolir diariamente
produtos, serviços e pensamentos nebulosos, desnecessário e nocivo à nossa
saúde física e mental.
O
mundo nos obriga a encaixarmos em padrões mentais, estéticos e sociais, que
muitas vezes vão contra nossa própria vontade e desejo. Tal fato é observado
nas leis, nas regras e condutas. Ou mesmo, nas opiniões e críticas vindas de
outras pessoas. O fato de não seguir os padrões impostos pela sociedade,
estamos fadados ao ridículo, ao bizarro; somos vistos como um ser estranho.
Isto, chamamos de não pertencimento, ao passo que não nos enquadramos em nenhum
lugar ou tempo. Para que sejamos aceito por uma sociedade precisamos absorver
sua cultura, suas crenças, seus costumes e ritos, aprender a interpretar seus
signos e códigos linguísticos. Daí nasce o princípio do pertencimento (do fazer
parte de). Eu só faço parte, se houver o aceite, a submissão, o estar sujeito
às regras impostas por determinada comunidade, algo comum a muitas tribos
indígenas da América do sul e africanas.
O
princípio marxista eclodiu pelo mundo, pregando a necessidade do homem criar uma
sociedade mais igualitária e justa, que se contrapõe a exploração capitalista,
cujo trabalhador é uma mera peça do sistema. O trabalho alienante, exaustivo se
junta aos baixos salários e as péssimas condições de vida. Nas cidades fabris,
o homem não passa de mão de obra barata, trabalhando cerca de dezesseis horas
por dia, tudo isso para enriquecer os donos dos meios de produção.
Estes
pobres seres humanos de certa forma, não deixam de pertencer, pois o conceito
de pertencimento lhes cabe a partir do momento em que se organizam para
reivindicar, dentro da proposta marxista, direitos que assegurem melhores
condições de vida. A organização dos trabalhadores e suas lutas deram origem
aos primeiros sindicatos e associações, passando assim a conquistar diversos
direitos trabalhistas.
Os
sindicatos e associações passam a agregar novas lideranças, capazes de
articular contra a dominação patronal e negociar benefícios para as diversas
categorias profissionais. Na totalidade desses sindicatos e associações a presença
das ideologias socialistas e anarquistas é amplamente visível, muitas dessas
lutas envolveram greves, paralisação de máquinas, combate entre trabalhadores e
policiais. A elite juntamente com as autoridades políticas tentavam minar
qualquer tipo de atitude “revoltosa” por parte dos trabalhadores. No entanto,
os movimentos sindicais e as greves só cresciam. O trabalhador sindicalizado se
sentia respaldado, por que não estava mais sozinho em sua luta. O pertencimento
trazia segurança e conforto e dessa forma agregava força para a causa.