quinta-feira, 28 de maio de 2020

Do capitalismo produtivo ao anarcocapitalismo: onde vamos chegar!

O mundo realmente não sabe para onde caminha, talvez em direção a abismo profundo e bastante escuro. A economia já não é tão previsível e se apresenta moribunda. O que vamos assistir daqui para frente é o caos. Não apenas pela atual condição atual de pandemia (COVID-19), e sim por uma estrutura que vem se desenhado ao longo do início do século XXI. O primeiro flash dessa derrocada dos pilares da social-democracia e os governos de esquerda começa na Europa com avanço das ideias conservadoras da direita e da extremas direita. As palavras de ordem são a desconstrução do aparato estatal, a não intervenção do estado e o amplo livre mercado. Isso é, que o capitalismo não gosta do Estado, pois se cobra imposto demais, se regula em demasia e o excesso de leis trabalhistas impedem os empresários crescer. Os donos dos meios de produção querem ampla liberdade para produzir e maximizar seus lucros. Enquanto, do outro lado temos o empregado que vende sua força de trabalho, que produz e movimenta o mercado consumidor. Mesmo, com um salário miserável, vai ao supermercado, a feira, paga impostos e contas. Esse é o capitalismo produtivo com base em mercadorias tangíveis, que permite a troca de bens por dinheiro. A mais-valia aqui é notória, pois aquilo que o trabalhador produz a mais e não recebe pelo excedente se traduz no lucro do empresário. Basta ler o capital de Marx para compreender essa dinâmica econômica. Por isso, Marx propôs ao ditadura do proletariado, onde os trabalhadores pudessem impor suas exigências. Enfim, quem faz mercadorias são os trabalhadores. Eles estão no chão das fábricas. Essa, mesma lógica ganha força na segunda metade do século XX, com avanço tecnológico e o desenvolvimento da computação. Os trabalhadores não estão mais nas atingas fábricas e nem apertam mais parafuso, caminham rumo à tecnologia sofisticada, que necessita de maior grau de compreensão, informação e estudo. Este trabalhador intelectual se insere na economia do conhecimento, geralmente tem formação superior e capacidade para lidar com ferramentas e máquinas computacionais que requer forte poder de processamento. Agora, temos a mais-valia do conhecimento, em que esses trabalhadores são fatigados na produção de ideias e explorados em sua criatividade. A produtividade exigida pelas empresas está naquele que resolve problemas, toma decisões sob pressão, tem de apresentar solução rápidas. Como Estado não atua mais diretamente nas políticas sociais e de proteção aos direitos, esses trabalhadores não tem qualquer respaldo e sujeitados a um regime de trabalho degradante. Os efeitos estão no aparecimento de doenças que afetam a saúde física e mental. Mas, o capitalismo atualmente  não quer mais produzir e muito menos empregar pessoas, viu no mercado financeiro uma nova forma de ter lucro alto sem gastos. As taxas de juros são muito mais atraentes, e se se coloca um capital que dá retorno a uma taxa de juros de 6,5% a 8% ao ano, por que produzir. Os governos de direita acabam incentivando essas práticas, sendo que estão à serviço do capital. Esses governos não querem um estado forte e presente, preferem salvar bancos à criar políticas sociais, ou combater a corrupção, porque são corruptos. O capitalismo financeiro não gera renda, não produz bens e serviços, apenas buscam o lucro por meio da especulação financeira. Não há consumo, nem renda, o que há é o dinheiro comprando ou vendendo mais dinheiro. Um demonstração clara de que o poder não emana do povo e o Estado  não passa de um castelo de cartas, que pode ruir a qualquer momento. quem domina é capital especulativo, que ao sair de uma nação pode levá-la a uma crise sem precedentes. A conta vai parar nas mãos do povo. Agora, em termos de Brasil fica patente essa guinada da extrema direita ao poder, trata-se de um projeto político mundial orquestrado por grandes corporações dominantes, representantes do conservadorismo e de algumas facções religiosas e da mídia marrom a serviço da destruição das instituições  republicanas , que utilizam da democracia e precisam dela para operar seus planos. A ideia é não governar, mas criar o caos, implantar o anarcocapitalismo. Um Capitalismo medíocre que não se baseia na produção de bens e serviços e sim numa anomia social pautada no milicianismo, na ingerência da administração pública, no fim da cidadania e da leis. Vamos viver momentos profundos não só de uma crise gerada pela pandemia, teremos também uma crise econômica, política, social e principalmente existencial. Não á direção, enquanto esse governo virulento estiver no poder. 

Natureza

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