O neoliberalismo abriu precedentes para uma máxima citada ainda na década de 70, pela Ministra Britânica Margateth Thatcher, ao dizer que não existia a sociedade e sim o indivíduo e a família. O mesmo pensamento foi corroborado pelo então Presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan na mesma época. Tudo isso marcou o fim da social democracia e o esatdo de bem-estar social. O Estado tornava-se menor, e os serviços públicos deixavam de atender prontamente a população. No Brasil essa onda neoliberal ganhou força nos meados dos anos 90, com o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, diante da privatização de grandes empresas estatais do setores de telefonia, industria de base, mineração e outras. Falava-se em privatizar para modernizar e melhorar os serviços, pura ilusão. O que se viu na realidade foram empresáros e políticos ávidos pelos lucros e loteando essas empresas por uma ninharia. E quem saiu perdendo? como sempre - a resposta é simples e direta - o povo brasileiro. E nesse entra e sai de governo, o desmonte da coisa publica continua firme e forte. Pois, nos estados do Brasil, governadores adotam a mesma política, vender a preço de banana companhias de água e esgoto, energia, terras e o que for possível. Para eles, quanto mais se desfazer da coisa pública, melhor. Trata-se do mais nocivo entreguismo, alguns tem o desejo ardente de se desfazer de escolas, hospitais, creches e assim colocar tudo nas mãos da iniciativa privada. Desse jeito, não será mais preciso do agente político, dado que não há mais nada para administrar. Feitas as considerações, críticas e ironias, sabemos que o serviço público é essencial para o desenvolvimento da sociedade. Enfim, a iniciativa privada não possui capacidade, expertise e recursos para manter a qualidade de certos serviços públicos como: universidades, centros de pesquisa, hospitais, tecnologia de ponta, justamente por exigir altos investimentos e cujo retorno são de longuíssimo prazo. Prova de que o modelo neoliberal é incapaz de lidar com as mudanças e as necessidades sociais e econômicas próprias de nosso tempo. A crise de 2008 nos mostrou muito bem isso, quando o governo norte americano salvou bancos e empresas da bancarrota, mesmo assim grandes corporações financeiras foram a falência. No entanto, o que se vê por parte da maioria dos políticos alinhados a direita e extrema direita são críticas contudentes ao tamanho do Estado, aos serviços públicos, as instituições governamentais e os seus servidores. Esses políticos criaram falsamente em suas mentes que o servidor público é um ser previligiado, que recebe milhões, não trabalha e possui um conjunto de benesses, assim formam uma casta intocável. Mas a realidade é bem diferente. A imensa maioria dos servidores públicos é composta por aqueles que fazem parte da base da pirâmide e estão nas salas de aula, hospitais, pequenas prefeituras, no atendimento assistencial, nas cozinhas, canteiros de obras, nas fazendas municipais e estaduais, na fiscalização e policiamento, em grande parte com salários baixos. A classe política joga sujo ao apontar a fração ínfima de servidores públicos que de fato tem regalias e privilégios como se fosse o todo. Ainda usam essa artimanha para se elegerem, ao vender para a sociedade tal mentira. Então, espalhou-se para todo lado que o servidor público é uma casta dotada de poder e bensesses. Porém, a sociedade não possui a real noção do cotidiano do serviço público; não compreende os meandros da legislação e do ordenamento jurídico que está por trás das rotinas, tarefas e atividade cotidianas. A gestão pública envolve uma complexa gama de normas, regras, valores exigidos aos seus servidores. Além deveres, protocolos que precisam ser cumpridos mediante leis. O orçamento, o planejamento e o gasto público, assim como as compras governamentais exigem enormes responsabilidades. Afinal, todo dinheiro público vem da sociedade atravé de impostos, por isso a necessidade de uma gestão orçamentária transparente e democrática. Por outro lado, quando temos os detratores do serviço público em favor apenas dos interesses do mercado recaímos na mais completa corrosão e desmonte das instituições públicas, como foi a destruição do Estado de bem-estar social. Os ideais contidos nos simpatizantes do libertarismo (anarcocapitalistas) aliados ao perigoso viês totalitário de governos como o facismo e nazismo (atualmente os ideais neofascistas típicos da extrema-direita) mostram não apenas críticas, mas sim profundo ódio às instituições públicas, principalmente àqueles que visam serviços assistenciais voltados para a populção mais pobre. Pois, a ascenção de políticos da direita extremada da voz a tais ideologias contrárias aos serviços públicos. Portanto, certas doutrinas que se apresentam como hegemônicas não fornecem solução adequada para o mundo atual, pelo contrário, amplia e destrói as bases do mundo como o conhecemos. Vejam por exemplo a incapacidade dos governos de direita ao lidar com a pandemia de Covid-19 em 2020: faltou vacina e oxigênio, tentaram utilizar medicamentos e tratamentos ineficazes e fora dos protocolos médicos e as medidas de lockdown não foram devidamente cumpridas, jogando o trabalhador para a morte em nome da proteção econômica e manutenção do capital. Ações típicas das ideologias libertárias, fascistas da extrema-direita. Soma-se a tudo isso as tentativas de destruição completa da instituições democráticas por meio de manobras políticas colocadas nas casas legilativas. Projetos de leis que em nada beneficiam a população e buscam apenas a autopreservação da clasee política. A famigerada PEC da blindagem é o exemplo claro do descaso com a sociedade. Outra decisão equivocada vinda de parte dessa claque política está relacionada à reforma administrativa. A príncípio o projeto parece ser uma modernização do serviço público, onde estão previstas medidas que teoricamente cortam os previlégios de algumas categorias do judiciário, tais como: férias de 60 dias, penduricalhos e salários que ultrapassam o teto. Entretanto, sabemos que a coisa não é bem asim, a reforma atinge diretamente os servidores do baixo escalã, aqueles que estão na ponta, e consequentemente enfraquece a qualidade dos serviços. Essa é a intenção. Uma reforma admnistrativa realizada a toque de caixa, sem qualquer consulta ampla aos sindicatos da categoria; nem estudos de impactos e muito menos sem ouvir a sociedade não parece ser uma ação democrática. Querem mexer justamente num ponto nevrálgico - a estabilidade - uma forma covarde de retirar a autonomia, autoridade e a independência das decisões do servidor público. Na verdade tal reforma administrativa não se apresenta demonstra-se ao público, um caminho de inovação e modernização. Tudo fachada e discurso barato, pura alegoria do fim de previlégios de uma ínfima casta do judiciário. Trata-se de uma manobra política para no futuro leiloar cargos e funções, uma forma pervesa de fidelizar o empregado público, submetê-los às vontades de algum político, ou seja, uma moeda de troca eleitoral. Já vimos este filme antes, os casos de "rachadinha" explica bem a situação. O modo como querem passar a reforma admnistrativa expõem sobre a mesa as fragilidades de um serviço público que potencialmente não irá atender a popualação. Além de interferir, como foi dito antes, na imparcialidade, na decisão e autonomia dos servidores. Uma forma covarde da classe política esvaziar a autoridade de qualquer servidor público, garantida pela constituição. Fato que pode debelar a independência entre os poderes. Um exemplo claro de desmonte do serviço público sobrevoa países como Argentina e EUA, ao demitir sem qualquer critério seus servidores públicos, justamente por falta de uma legislação robusta que possa ampará-los. No governo Trump há uma clara perseguição àqueles servidores que agem dentro da legalidade e fazem um trabalho efciente, sério e de qualidade, independente do lado político. Muitos foram ameaçados de demissão e quantos não foram demitidos. Infelizmente politizaram os serviços públicos. Com isso, perde a população, justamente pelo motivo de muitas agências e instituições públicas serem minguadas em temos financeiros ou simplesmente fechadas. No Brasil, se ainda a lei prevê a estabilidade é para evitar que os desmandos políticos sejam ninhos de propagação. É preciso ter em mente, o político passa, mas o servidor público está ali para atender com toda sua presteza, imparcialidade, conhecimento e autonomia. Isso mete medo medo ao político mal intencionado, ou empresários que usam o Estado para obter vantagens e lucros. A modernização da sociedade, as tecnologias e inovações só foram possíveis graças aos investimentos públicos em universidades, institutos de pesquisas e aos financiamentos de bancos publicos e agências de fomento. Por trás das grandes corporações trilionárias o Estado sempre esteve na retaguarda com um caminhão de dinheiro para despejar. Para nosso acalento, jamais fomos contras as reformas administrativas. Seria loucura não fazé-las, no entanto, que seja feita com responsabilidade e clareza. Uma reforma administrativa que possa de fato contemplar as reais necessidades dos servidores públicos. Um modelo que valorize o fazer público, que agregue o usuário e seja inovadora e moderna. Busca-se uma reforma administrativa que dê condições de vida e dignidade àqueles milhões que estão todos os dias numa sala de aula, nos hospitais, nas repartições públicas da federação, estados e município.
sábado, 4 de outubro de 2025
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Um modelo educacional tipicamente brasileiro
Podem esbravejar. Podem negar a todo custo e até mesmo dizer que não é assim que funciona. Mas só Estado tem a capacidade de oferecer infraestrutura mínima para que as coisas possam acontecer nesse país. Jamais o setor privado terá condições para estabelecer grandes obras estruturaris como rodovias, portos, areoportos, sistemas elétricos, hidrovias, linhas de transmissão e usinas hidrelétricas ou termelétricas em dimensões continentais. Sabemos que estruturas assim são impagãveis, dado que seus custos são altissímos e não geram grandes lucros. Portanto, cabe ao Estado implantar tais projetos para beneficiar os setores privados. Da mesma forma, ocorre com a saúde e a educação que exigem investimentos constantes por ter uma infraestrutura dispendiosa e gastos reccorentes. O Brasil já demonstrou em um passao recente que a entrega de bens públicos ao setor privado foi desastroso. Vejam o caso de empresas de aviação como a VARIG e VASP, que logo faliram após sua privatização. Outro exemplo foi uma empresa de energia que ao passar para mãos de entes privados tiveram a qualidade de seu serviço abaixo do esperado e os preços majorados. Foram milhões de consumidores pejudicados pela incapacidade de uma empresa que deseja somente o lucro, assim cortam despesas com pessoal, material e equipamentos. No entanto, esse não é o tema principal deste artigo. Trata-se apenas de uma pequena introdução para entendermos a gravidade de se colocar na mãos de capitalistas bens e serviços públicos próprios da sociedade. Tanto que em muitos países da Europa vem ocorrendo uma onda de estatização e valorização dos serviços públicos, justamente por compreender que o setor privado não possui a devida capacidade para gerir certos negócios que dependem de grande capital. A regulação também enquadra-se neste rol estatal, sendo uma maneira de oferecer ao cidadão melhores serviços e punir os abusos cometidos pelas empresas privadas. De um forma ou de outra, são os consumidoresm ou melhor, os usuários dos serviços públicos que minimamente deveriam ser beneficiados. Como foi dito anteriormente, o propósito deste artigo não é analisar a relação do Estado e mercado. Aqui, a porposta está em demonstrar os disparates de nossa educação em relação aos modelos internacionais. Em nenhuma hipótese desejamos que seja implementado esses modelos. Enfim, temos criar o nosso próprio, que seja de acordo com nossa cultura, valores e crenças. A cópia destes modelos apenas nos atrasam ainda mais e não nos traz resultados efetivos. Contudo, conhecer outros modelos educacionais de sucesso, podem nos ajudar a ter uma visão maior daquilo que desejamos implementar. Agora, o inaceitável é entregar a nossa educação nas mãos de empresas ou instituições sem qualquer requisito para tal. Já diz o velho bordão: "Educação não é mercadoria" - que se vende a qualquer preço, como se fosse uma melância na feira. O ensino exige investimentos na preparação de bons professores, gestão participativa de pais, alunos, comunidade e docentes. As escolas necessitam de infraestrutura mínima para funcionar, como: laboratórios, bibliotecas, quadras esportivas, salas de informática e salas de aula adequadas. Vejam, falar da educação no Brasil é um assunto delicado e custoso. Um terreno pantanoso. Observamos que a própria mídia não toca muito no assunto. E alguns políticos incautos e ignorantes preferem tratar o tema de maneira jocosa e com soluções mirabolantes. Basta ver as ideias estapafúrdias em relação as decisões políticas sobre a educação. Quando não desejam entregar as escolas aos primeiros compradores de grupos educacionais privados - que vem alunos apenas como número e lucro - sorrateiramente tentam repassá-las ao comando de entes militares. Ou seja, a antiga visão de um passado retrógado de um ensino militarizado pautado na ordem e no obedecer. A mais tacanha e mesquinha forma de certos políticos se livrarem do ensino público. Então, a solução - militarizar - assim livra-se do problema. Isso é a realidade da educação pública brasileira. Por outro lado, devemos refletir que a nossa educação não está em seus emelhores dias. Pois, o nosso sistema educacional enfrenta sérios desafios, e a situação a cada dia só piora. Basta analisarmos os dados e veremos os altos índices de evasão escolar e repetência, o excesso de atividades. O aluno da escola pública, na visão política, representa um gasto social, que se conjuga em um modelo de ensino tradicional, arcaico e não retrata a realidade e o desejo dos estudantes. O medo de falhas por parte desses estudantes gera ansiedade e descontetamento com a escola. Criou-se no imaginário da sociedade brasileira uma visão mercadológica da educação - meritocrática - como se ela fosse a única solução para uma ascensão social. Em partes, é uma verdade. No entanto, a educação teoricamente vai muito além do status social, sendo uma premissa de conhecimento, aprendizagem. A educação trata-se do estar no mundo e compreendê-lo. Mas não é isso que acreditam os políticos e empresários do setor, é só mais um negócio, ou, um lugar para cunprir ordens e aprender velhas lições. Infelizmente não tivemos um fio condutor histórico que nos levasse a um modelo glorioso na educação. Toda ela foi formatada para atender à poucos privilegiados. Mesmo, quando se abriu como serviço público implantou um sistema direcionado para uma pequena parcela da população. Dividiu-se em educação precária para os trabalhadores, em disciplinas técnicas e voltadas ao fazer do operariado. Enquanto, a elite desfruta de um ensino mais elaborado e clássico que abrem portas para o mundo. No computo geral, a educação brasileira passa por enormes dificuldades, tem desempenho pífio frente aos indicadores internacionais. Se observamos, o gasto público na educação brasileira não fica muito atrás de alguns países desenvolvidos. Então, onde está o erro já que a verba para educação existe e aplicada. Penso eu, a questão é mais cultural, do que econômica. Primeiro ponto a ser levantado, as próprias forças contrárias contribuem fortemente para o fracasso das políticas educacionais, a utilizam apenas como vitrine para se elegerem. Os desvios e a corrupção atingem diretamente o sistema educacional, fator contribuinte para que tenhamos uma classe de professores mal remunerados e trabalhando numa sobrecarga de horas que impede a reciclagem e a uma formação mais consistente. O gasto em educação em muitos casos é apenas parte do problemas, a ponta do iceberg. Tudo começa e termina lá em Brasília, ou em algum estado do país. Conforme dito anteriromente, não devemos adotar modelos. Porém, vale ressaltar ajustes que podem nos fazer pensar em uma mudança paradigmática e complementar um modelo próprio. Afinal, já tivemos Paulo Freire que preconizou uma educação para além de terras brasileiras e foi adotado em outros países com sucesso. Talvez, o modelo educacional finlandês possa nos servir de referência e trazer algum acalento para nossa sofrível educação. Conhecer esses modelos, não que dizer que vamos utilizá-lo. Se bem que, a sua reprodução pode nos inspirar a ter uma educação de qualidade. Já que as suas bases apontam por um gasto público bem menor e maior eficiência. As características do modelo finlândes pauta-se num sistema de valorização do professor, que produz uma formação acadêmica mais sólida no tempo; liberdade de aprendizagem dos alunos; participação da comunidade (pais, alunos e professores); menor intervenção política. Os aspectos que garantem a consolidação da educação finlandesa como um modelo prospéro está no fato da efetividade dos gastos públicos junto a um aprendizado que não visa a competição entre alunos, sem adoção de métodos meritocráticos ( prova e avaliações). Nesse sentindo, a escola não está voltada para este modelo industrial e mercadorizado, chaga de nossa educação o Brasil. A meta é a satisfação e a felicidade humana. Crença na coletividade, determinante para uma evasão escolar praticamente nula. Seremos capazes de construir no futuro um modelo educacional semelhante ao finlândes. Bem, com a classe política que temos, acho difícil. Os políticos aqui não querem mudar a realidade educacional, preferem o povo na ignorância e assim mantê-los no cabresto e na rédea curta. Inventam burocracias para projetos que beneficiem a população. Porém, logo abrem brechas orçamentárias para atender os pedidos degrandes empersários. Todavia, ainda podemos contar com a loucura, ou talvez a lucidez, daqueles que ainda acreditam na possibilidade de se fazer um modelo educacional digno e coerente com a grandeza de nossa nação. Através de projetos que formem cidadãos cientistas. Esse foi o modelo de ensino trazido pelo professor, pesquisador e cientista Miguel Nicolelis no interior do Brasil. O projeto do professor Nicolelis em Macaíba busca a transformação social por meio do fazer científico. Uma trilha a ser percorrida , no entanto tortusosa, cheia de lama e buracos. Como tudo é assim em nosso país. Mas no fim desta trilha há uma esperança de que podemos mudar a realidade desse país e transformá-lo num celeiro de cêrebros capazes de avançar no fazer científico. Pois a ciência é o motor de qualquer sociedade para seu desenvolvimento e crescimento. Vejam o modelo de educação da finlândia. A utopia de cientistas como Nicolelis transformou-se em realidade. Um realidade viva e que vem fazendo grande diferença para as pessoas desse interior do sertão. Prova de que podemos gerar conhecimento e assim reinventar nossas vidas. Da mesma forma a jornalista Mirian Leitão, no livro "Em história do futuro" (2015) aponta a necessidade da educação na vida dos brasileiros como um caminho para superar as dificuldades sociais e econômicas impostas a milhões de habitantes de nosso país. Assim como Nicolelis, a autora demonstra o quanto a educação brasileira ainda encontra-se num modelo próximo ao do início século XX. Ou seja, arcaíca e refém dos domínios políticos. Em contraponto, mais uma vez a finlândia é citada como parâmetro positivo de uma educação descentralizada. E na educação como motor da economia, tem um papel preponderante no desenvolmineto social do país. Para Miriam Leitão a educação e o crescimento andam juntos como processo de redução da pobreza e de desigualdade. Entretanto, estamos bem aquém dos países mais rico do planeta. Em termos de criação e novação tecnológica somos ainda muito atrasados e temos uma dependência tremenda dos grandes desenvolvedores e tecnologia. Demostração de que nossa educação é falha e precisa de mudanças profundas. Falta-nos de fato investir pesadamente em centros de pesquisas, desenvolver células e tecnologia e ciência de ponta. Sair do velho paradigma da indústria fordista de base e dar o pontapé inicial a caminho da indústria de alta tecnologia. Mas isso requer muita pesquisa e apoio de setores públicos e privados. Afrima Leitão, que o enfrentamento das desigualdades e a redução da pobreza (são coisas diferentes) está na melhoria da educação, mas também perpassa pelo fortalecimento econômico e finalmente na proteção da democracia. Três elementos básicos e imprescindíveis para construírmos uma nação menos desigual e mais justa econômica e socialmente. Observamos que as falas do professor Nicolelis vai de encontro com as ideias de Miriam Leitão, pois, ambos sabem que fortalecer a educação - criando mecanismos reais de aprendizagem, modelos de ensino voltados para pesquisa, cuja ciência seja foco de inovações - torna-se patente para pôr o Brasil na linha de frente da tecnologia e do desenvolvimento de uma indústria inovadora. Dado que temos toda capacidade produtiva, como: recursos humanos e riquezas naturais. O professor Nicolelis como cientista que tem essa crença no fazer ciência, já nos brinda com o projeto do IINN ( Instituto Internacional de Neurociência de Natal). O ambicioso projeto vem a ser um diferencial enorme no modo de se pensar a educação científica no Brasil. Pois, tal projeto reforça a necessidade de cada vez mais se investir em ciência de ponta e abrir na mente das pessoas o quão é relevante aprender, não o aprender por aprender. Mas sim, o aprender para conhecer, para saber fazer, para se transformar, e transformar a vida de outros seres semelhantes. Com isso, Nicolelis retira do pedestal de que a ciência é para alguns privilegiados, aqueles que creem em meritocracia. E assim, mostra Nicolelis o contrário, que o fazer científico cabe a todos, até mesmo pata os que encontram-se nos locais mais ermos e distantes desse enorme Brasil. No entanto, a existência de forças contrárias são bastante nocivas ao intento daqueles que acreditam num desenvolvimento da ciência, num corpo de pesquisadores qualificados que trabalham em prol do progresso nas mais distintas áreas do conhecimento, capazes de alavancar a educação, a economia e a inovação do país. Ações dignas como desse professor é que nos levará aos píncaros de um modelo educacional digno de dar inveja nos finlandeses.
sábado, 6 de setembro de 2025
Algoritmos da desatenção: foco no foco perdido
Já havíamos comentado
anteriormente a respeito da desatenção provocada pelo mundo
contemporâneo, especificamente pelas tecnologias criadas pelas Big techs (grandes
empresas de tecnologia como Meta, Google, Apple, Amazon, etc.). Estas grandes corporações operam numa espécie de "economia da atenção", onde o principal objetivo é maximizar o
tempo que os usuários passam em suas plataformas. Quanto mais tempo você
gasta rolando feeds, assistindo vídeos ou interagindo com conteúdo, mais dados
elas coletam sobre você e mais oportunidades elas têm de exibir anúncios, que
são a principal fonte de receita para muitas delas.
Para atingir esse objetivo, essas empresas empregam
estratégias complexas e equipes de engenheiros e psicólogos que trabalham para
criar produtos e experiências intrinsecamente viciantes e que prejudicam o
foco e a atenção.
Aqui estão as principais formas como as Big Techs
geram desatenção e falta de foco:
1.
Algoritmos de Personalização e Recomendação
Os algoritmos são o coração das plataformas
digitais. Eles analisam seu comportamento (o que você clica, assiste, curte,
compartilha, quanto tempo passa em cada postagem) e, com base nisso, personalizam
o conteúdo que você vê. Isso cria uma "bolha de filtro" onde você
é constantemente bombardeado com informações que já são do seu interesse, o que
torna difícil sair do ciclo de consumo.
- Loop Infinito: O algoritmo é projetado para te manter
engajado. Ele aprende o que te prende e te oferece mais do mesmo, ou
variações que ele acredita que você vai gostar, criando um "loop
infinito" de conteúdo.
- Recompensas Imprevisíveis: A imprevisibilidade de
quando você vai encontrar algo "interessante" no feed (uma foto
de um amigo, uma notícia chocante, um vídeo engraçado) age como um reforço
intermitente, similar ao mecanismo das máquinas caça-níqueis. Isso faz
com que você continue rolando, esperando a próxima "recompensa".
2. Design
Viciante e "Dark Patterns"
As interfaces das plataformas são cuidadosamente
projetadas para maximizar o tempo de tela.
- Rolagem Infinita (Infinite Scroll): Em
vez de ter que clicar para carregar mais conteúdo, a rolagem infinita
permite que você continue vendo novos posts sem interrupção, eliminando
qualquer "ponto de parada" natural e incentivando o consumo
ininterrupto.
- Notificações Constantes: Bips, vibrações e alertas
visuais são projetados para interromper sua concentração e te puxar de
volta para o aplicativo. Elas exploram o medo de ficar de fora (FOMO - Fear
of Missing Out) e a necessidade de validação social.
- Likes e Recompensas Sociais: O sistema de curtidas,
comentários e compartilhamentos libera dopamina em nosso cérebro, criando
um circuito de recompensa que nos incentiva a postar mais e verificar
constantemente a reação dos outros.
- "Dark Patterns": São elementos de design que
levam o usuário a fazer coisas que ele talvez não faria, como dificultar o
cancelamento de assinaturas, esconder opções de privacidade ou te induzir
a interagir mais com o conteúdo.
3.
Conteúdo Fragmentado e Rápido
A ascensão de formatos como o TikTok, Reels e
Shorts transformou a forma como consumimos conteúdo.
- Vídeos Curtos e Rápidos: A predominância de vídeos
de segundos de duração treina o cérebro para esperar por estímulos rápidos
e constantes, diminuindo a capacidade de sustentar a atenção em conteúdos
mais longos e complexos.
- Mudança Constante de Tópicos: Em um curto período, você pode ser exposto a dezenas de tópicos diferentes, o que fragmenta sua atenção e dificulta aprofundar-se em qualquer assunto.
4. Coleta
Massiva de Dados e Modelagem Comportamental
As Big Techs coletam uma quantidade colossal de
dados sobre seus usuários. Cada clique, cada pesquisa, cada interação é
registrada e analisada.
- Perfis detalhados: Com esses dados, elas criam
perfis psicológicos detalhados de cada usuário, entendendo seus
interesses, vulnerabilidades e até mesmo seus estados emocionais.
- Publicidade direcionada: Essa inteligência é usada
para exibir anúncios altamente direcionados, que são mais propensos a
capturar sua atenção e levar a uma compra, consolidando o modelo de
negócio baseado na atenção.
- Engenharia comportamental: Ao entender como os
usuários reagem a diferentes estímulos, as empresas podem manipular o
comportamento humano, criando experiências que maximizam o engajamento e,
consequentemente, o lucro.
5.
Priorização do Engajamento sobre o Bem-Estar
O modelo de negócio das Big Techs está
intrinsecamente ligado ao tempo que você passa na plataforma. Isso significa
que, muitas vezes, o que é mais "engajador" (conteúdo polarizador,
notícias chocantes, discussões intensas) é priorizado pelos algoritmos, mesmo
que isso tenha impactos negativos na saúde mental e na coesão social.
Em suma, as Big Techs lucram com a sua atenção.
Elas investem pesado para desenvolver e aprimorar sistemas que a capturam e a
mantêm, muitas vezes em detrimento da nossa capacidade inata de foco e da nossa
saúde mental. Entender esses mecanismos é o primeiro passo para retomar o
controle sobre nossa atenção e nosso tempo.
sábado, 30 de agosto de 2025
As trilhas do pensamento noético na nooesfera
Ainda nesse "continuum" da
vibração noética dentro da noosfera buscamos enfatizar a amplitude do tema
e a sua força nas mudanças de pensamento. Por isso, gastaremos mais um tempo
aqui para discorrer a respeito do assunto. Afinal, trazer os conceitos, as
definições, as práticas e saberes do ambiente noético circunscrito no
pensamento filosófico contemporâneo torna-se mister para a
construção de um mundo mais equilibrado do ponto de vista ecológico, social,
econômico e político. Nese texto, a intenção maior tem como foco a compreensão
da noosfera e seus impactos nos diferentes espaços ocupados pela sociedade, por
exemplo: A relação da noosfera com a tecnologia, a economia e meio ambiente
típicos da civilização moderna. O pontapé inicial é enxergarmos a noosfera como
um ambiente noético que busca representar toda uma dimensão coletiva humana que
se manifesta e se expande através das redes e das tecnologias de informação e
comunicação. Com isso, percebemos o caráter tecnológico da noosfera, dado que
sua evolução se realiza por meio da inovação computacional própria de uma
sociedade engajada na informação e no conhecimento. Certamente, sem esses
mecanismos tecnológicos a noosfera não prosperaria com tanto êxito. Mas enfim,
o que é de fato a noosfera? A partir dessa pergunta, faremos aqui algumas
considerações. Bem, a origem do termo: Criado por Pierre Teilhard de
Chardin e Vladimir Vernadsky nos anos 1920, Significa: “Esfera da mente” -
uma camada da Terra composta pela consciência coletiva da
humanidade. Natureza noética: A noosfera é um campo de pensamento, ideias,
cultura e espiritualidade que transcende o físico e o biológico. A noosfera
atravessa o ambiente noético, onde prevalece a consciência de um espaço cujo
pensamento humano se interconecta e forma uma rede de significados, valores e
intuições. Além disso, procura integração espiritual e racional, pois então une
razão, emoção, espiritualidade para superar a fragmentação cartesiana. Por
último, tem uma base na ecologia integral ligada à ideia de uma evolução
consciente da humanidade, promovendo unidade na diversidade. Como já
construímos e internalizamos esse pequeno conceito do ambiente noético e suas
conexões com o mundo atual, precisamos agora entender sua atuação nas redes e
nas TICs. Em primeiro lugar, a internet como espaço de manifestação da
noosfera, dado que a rede mundial de computadores permite trocas instantâneas
de ideias e conhecimentos. As plataformas digitais funcionam como
"nervos" da noosfera, ao conectar mentes em tempo real. Já as redes
sociais e fóruns facilitam a disseminação de saberes, experiências e
valores; criam comunidades de pensamento que transcendem fronteiras geográficas
e culturais; as tecnologias de inteligência artificial, realidade virtual e big
data podem ampliar a consciência coletiva se usadas com propósito ético e
consciente. Por outro lado, os impactos e desafios, não devem ser
desconsiderados, existem e precisam ser analisados e avaliados. Enfim, são
riscos eminentes para o ambiente noético. Alguns riscos como: disseminação de
desinformação, polarização e bolhas cognitivas, dependência tecnológica
excessiva e superficialidade nas interações. Pois, vencer esses desafios e
riscos requer um caminho consciente e exige cultivarmos a diversidade de
pensamentos e expressões. Ao mesmo tempo, criarmos uma educação mais crítica
para que possamos navegar e contribuir positivamente na noosfera. É utilizar a
tecnologia com propósito de promover empatia, sabedoria e transformação
social. Junto à tecnologia e as redes, a noosfera pode facilmente promover
práticas sustentáveis, educação ambiental e mobilizar globalmente as causas
ecológicas. Portanto, a noosfera - esse "locus" da
consciência humana coletiva - funde-se profundamente ao meio ambiente e aos
recursos naturais, especialmente orientada por uma ética que transcende o
utilitarismo e reconhece a interconexão espiritual e ecológica entre os todos
os seres. Denominada de ética noética. Trata-se de uma visão integrada, uma
consciência ecológica coletiva que vai requerer de cada um de nós uma
responsabilidade planetária. Não somos os dominadores e sim parte integrante da
natureza. É uma interdependência sistêmica, ou seja, nossas ações nos
afetam diretamente. A ética noética reconhece que todas as formas de vida
estão interligadas. Assim, o cuidado com o meio ambiente é uma expressão direta
da consciência espiritual e moral da humanidade. O caminho está em superar toda
forma de exploração predatória, para isso a noosfera propõe um modelo de
relação com os recursos naturais baseados na sustentabilidade, respeito e
equidade intergeracional. Por isso, a ética noética guia-se pela consciência
interna de cada ser que reconhece o valor intrínseca da vida. O pensamento
noético talvez seria o grande motor de uma transformação civilizatória, como
foi o iluminismo, ou a revolução industrial. Uma mudança de paradigma: da
racionalidade instrumental à racionalidade espiritual e ecológica. No entanto,
implica em:
- reconfigurar a economia da lógica de extração
para a lógica da regeneração;
- revolução cultural que valorize o bem comum, a
simplicidade e cooperação;
- política planetária cuja governança baseia-se na
ética e preservação da vida.
A transformação
civilizatória proposta pelo pensamento noético recai fortemente sobre como
devemos reestruturar os meandros e limites da democracia atual. Sabemos que as
democracias estão atravessando uma crise profunda, marcada pela perda de
legitimidade, desigualdade estrutural e violência institucional. A proposta
noética está em conceber uma alternativa espiritual, ética e consciente
frente as limitações das democracias liberais e à normalização da violência
estatal. Portanto, recriar a democracia como um projeto humanista, baseado na
empatia, na escuta e na consciência coletiva. Dessa forma, superar a lógica
da dominação e do controle, substituindo-a por uma ética relacional e comunhão
de valores. Infelizmente, é próprio dos nossos tempos a violência estatal, onde
o estado detém o monopólio da violência institucional, muitas vezes
legitimada juridicamente, mas que pode se manifestar de forma simbólica,
estrutural e física, que contradiz os princípios fundamentais do direito e
da justiça, criando uma tensão entre legalidade e legitimidade. Nesse caso, a
resposta dada pelo pensamento noético dirige-se a uma não-violência inspirada
em pensadores como Hannah Arendt e Gene Sharp, como forma legítima de
resistência e transformação. Então, enxerga-se a justiça como expressão da
consciência ética coletiva, não apenas como norma imposta. e assim defende-se
uma educação da consciência como ferramenta para superar a violência e promover
a paz social. Enfim, quais seriam os destinos da democracia no mundo noético?
Talvez uma ou mais respostas, talvez as respostas nem sequer a teríamos de
pronto diante das enormes contradições do mundo em que vivemos. Quem sabe o
caminho estaria numa educação consciente, critica e de compaixão; ou mesmo nas
tecnologias de conexão, através das redes digitais para
fortalecer comunidades conscientes e práticas democráticas horizontais. Ou
ainda, numa política de cuidado que substitua a lógica da competição pela
lógica da cooperação e do cuidado mútuo. Em resumo, o pensamento noético
propõe uma visão elevada e integradora da consciência humana, mas ao se
confrontar com a realidade do mundo contemporâneo, surgem diversas contradições
e tensões, tais como: materialismo; desconexão humana, racionalismo excessivo,
consumismo, reducionismo e mecanicismo. A ciência moderna ainda resiste à
validação de experiências subjetivas como fontes legítimas de conhecimento, e
o excesso de estímulos digitais pode reduzir a capacidade de introspecção
e percepção intuitiva.
domingo, 17 de agosto de 2025
O pensamento noético: a construção de uma utopia real
Num só texto é
impossível esgotarmos sobre o tema da noosfera. Por isso vamos aqui fazer mais
uma incursão a respeito do assunto. Nesse segundo momento podemos falar que o
pensamento noético, embora ainda emergente como campo formal, vem ganhando
relevância no mundo atual por propor uma abordagem integrada da consciência, da
ciência e da espiritualidade. A seguir, apresento seus conceitos fundamentais,
propostas transformadoras e abordagens científicas contemporâneas:
Conceitos
Fundamentais do Pensamento Noético:
- Origem etimológica: deriva do grego noesis (ato de pensar) e nous (mente, inteligência espiritual).
- Natureza: estuda os fenômenos subjetivos da consciência, da mente e do espírito, buscando compreender a realidade além da lógica discursiva.
- Experiência noética: caracteriza-se por insights profundos, sensação de unidade com o universo e compreensão intuitiva da vida.
- Dimensão espiritual: para Platão e Aristóteles, o pensamento noético é a forma mais elevada de conhecimento, ligada ao mundo das ideias e ao fundamento do ser.
Propostas
Transformadoras da Noética:
- Educação da consciência
- Desenvolver o autoconhecimento, a empatia e a percepção crítica.
- Integrar razão, emoção e espiritualidade no processo educativo.
- Política da escuta e do cuidado.
- Superar a lógica da dominação por meio de práticas democráticas conscientes.
- Promover governança baseada na ética relacional e no bem comum.
- Economia compassiva.
- Substituir o paradigma extrativista por modelos sustentáveis e colaborativos.
- Valorizar o ser sobre o ter, com foco na regeneração e na equidade.
- Reconhecer a influência da mente sobre o corpo.
- Integrar práticas como meditação, atenção plena e terapias holísticas.
Abordagens
Científicas Contemporâneas:
- Fenomenologia: Filósofos como Husserl, Heidegger e Merleau-Ponty contribuíram para a noética ao explorar a experiência consciente como base do conhecimento.
- Psicologia e medicina: a noética ajuda a compreender a relação entre mente e corpo, especialmente em transtornos como depressão e ansiedade.
- Estimula pesquisas sobre cura espontânea, placebo e consciência como fator terapêutico.
- Neurociência e física quântica: algumas abordagens exploram a consciência como fenômeno não local, interligado com campos energéticos e informacionais.
O pensamento noético
pode transformar a sociedade atual ao promover uma revolução da consciência,
que vai além das estruturas materiais e institucionais. Ele propõe uma
abordagem mais profunda e integrada da realidade, baseada na inteligência
espiritual, na ética relacional e na percepção ampliada do ser humano.
Transformações
Sociais Propostas pela Noética:
- A noética parte da ideia de que a transformação social começa pela transformação da consciência individual e coletiva.
- Isso implica cultivar valores como empatia, compaixão, responsabilidade e interdependência.
- Em vez de focar apenas em progresso econômico ou tecnológico, a noética propõe uma evolução espiritual e ética.
- Busca integrar ciência, filosofia e espiritualidade para criar uma visão mais holística da realidade.
- Propõe uma educação voltada para o autoconhecimento, o pensamento crítico e a consciência ecológica.
- Estimula o desenvolvimento de habilidades emocionais, intuitivas e éticas, além das cognitivas tradicionais.
- Defende uma política baseada na escuta, no diálogo e na cooperação, em vez da competição e da dominação.
- Pode inspirar novas formas de democracia participativa e deliberativa, com foco no bem comum.
- Na medicina e psicologia, a noética reconhece a influência da mente sobre o corpo e propõe abordagens que consideram o ser humano como um todo.
- Isso inclui práticas como meditação, atenção plena e terapias integrativas.
Fundamentos Filosóficos da Noética:
- Platão: via a noesis como a forma mais elevada de conhecimento, ligada ao mundo das ideias e à verdade transcendental.
- Aristóteles: associava o nous à capacidade de compreender o fundamento do ser.
- Edmund Husserl e Heidegger: desenvolveram a fenomenologia, que influenciou a noética contemporânea ao explorar a experiência consciente como base do conhecimento.
O pensamento noético
oferece uma alternativa profunda à racionalidade cartesiana, à política
tradicional e à economia capitalista, propondo uma abordagem mais integrada,
espiritual e consciente da realidade. Portanto, as bases de uma sociedade que
deseja atingir o pensamento noético deve minimamente buscar uma educação
pautada numa consciência ética e integral; em ideais políticos baseados na
participação e no dialogo pleno. A saúde humana na visão noética preocupa-se
com a tríade: mente - corpo - espírito. Os aspectos econômicos ditam que a
colaboração e a sustentabilidade serão o diferencial para suportar a economia
noética, contrário ao sistema capitalista que hoje impera no planeta, com base
no mercado financeiro e na exploração de recursos naturais.
Esses elementos que
contemplamos no texto a respeito da sociedade noética nos faz refletir o que
viria a ser o pensamento noético, então fica a pergunta: o que é o pensamento
noético? Vamos por partes. A origem do termo deriva do grego noesis (pensamento,
inteligência) e nous (mente, espírito racional). O foco está no estudo
dos fenômenos subjetivos da consciência, da mente e da espiritualidade,
buscando compreender a realidade além da lógica discursiva e da objetividade
científica. Portanto, a experiência noética seria marcada por
insights profundos, sensação de unidade com o universo e compreensão intuitiva
da vida.
A noética busca sim,
superar a racionalidade cartesiana baseada na separação entre sujeito e
objeto, mente e corpo, e na primazia da razão analítica. Com isso, torna-se a
noética uma alternativa que valoriza a intuição, o sentimento e a
experiência direta como formas legítimas de conhecimento. Além de
propor uma epistemologia integradora, que une razão, emoção e espiritualidade
e por isso rejeita a fragmentação do saber, buscando uma compreensão
holística da realidade.
Se a política
tradicional e dita moderna construiu suas bases em interesses de poder,
controle e dominação. Os ideais noéticos tem a política apenas como serviço à
sociedade e assim propõe uma ética relacional, baseada na empatia, na
interdependência e na consciência coletiva. Ao mesmo tempo
incentiva formas de governança que respeitem a dignidade humana, a
diversidade e o bem comum. Logo, inspiram os movimentos sociais e
políticos voltados à transformação interior e coletiva Da mesma forma, o
pensamento noético torna-se crítico da economia capitalista, que o
enxerga como uma expressão de racionalidade objetificante, que transforma
a natureza e o ser humano em recursos exploráveis. Desse modo, as alternativas
estariam numa economia centrada na cooperação, sustentabilidade e
propósito. Atingirmos uma interconexão entre todos os seres e
promovermos práticas econômicas que respeitem o meio ambiente e a vida.
O pensamento noético
desafia o paradigma dominante ao propor uma revolução da consciência. Suas
contradições com o mundo atual não são apenas obstáculos, mas também convites à
transformação. A tensão entre esses dois mundos pode ser o motor de uma nova
era - mais consciente, ética e integrada.
sábado, 9 de agosto de 2025
Do cartesiano ao noético: paradigmas em transição
Há um tema que me é muito caro, Pois, a ótica da contemporaneidade não me desperta tanto interesse, até mesmo por ser um tanto complicada, digo complicada!! é não complexo. - ou seja - duas coisas bastante diferentes. Entender essa sociedade, que alguns denominam pós-moderna requer um olhar crítico num sentido negativo. Afinal para onde estamos caminhando? não sabemos se é para o um túnel sem fim, escuro e frio, ou para um abismo profundo, infinito. Parece que a tendência é o fim da humanidade. Então, evolucionismo, complexidade, mudanças, revolução estão aí, descritas como temas recorrentes na literatura atual. Necessidade constante e patente na busca de novos caminhos para esses problemas tão serveros que afligem cotidianamente a sociedade. O complexo não é de maneira alguma o complicado, o simplório. A complexidade está mais para aquilo que foge da nossa compreensão, enquanto humanos. Pertence ao campo do desconhecido, do sobrenatural e da magia tudo aquilo que mexe com os nossos medos, emoções e angústias - é o complicado. Por outro lado, o complexo repousa sobre o trivial, o cotidiano. Está no fazer dos cientistas, dos pesquisadores, dos músicos, dos artistas, soas escritores e até mesmo, talvez, dos gestores, cujas mentes brotam uma capacidade criativa inaudita. Num pensar fora do modelo cartesiano, metodológico, linear - próprio de um pensamento enclausurado, preso às amarras do antropocêntrico (o homem como o centro do universo, infalível, cheio de si, narcisico); racionalista - típica ciência egocêntrica. É desse pensamento cartesiano que molda-se a humanidade. Com isso, criamos Deus através da religião e nela adicionamos dogmas, ritos, costumes, sacrifícios, crenças, valores e mitos. Nessa mesma religião, em que Deus pregava a bondade, a humildade, a compaixão e o amor, faz-se a contradição nos atos de adoração de ídolos e imagens; perseguição, condenação e morte; guerras santas; e no mundo moderno coloca-se a frente das grandes guerras mundiais. Dessa forma a religião vende-se aos modelos econômicos, trabalha de maneira subserviente aos ditames do capitalismo e transforma a fé em mercadoria. Assim, se esquece dos princípios básicos deixados nas palavras proferidas pelo Cristo salvador. O capitalismo de mãos dadas às religiões cristãs encontra o ambiente perfeito para sua acumulação. Se capital não se alimenta das forças produtivas, ou, do mercado financeiro - está fadado a morrer de inanição. Em crises correntes, ele se apodera dos governos, muda de mãos e cria mecanismos de sobrevivência. Quem paga? A sociedade. Esta é a lógica cartesiana, simplista, racional, que não deseja mudança e sacrifícios para desenvolver uma nova sociedade - uma nova era. A partir desta pequena introdução, iniciaremos uma breve análise a respeito de um novo recomeço. Procuraremos aqui delinear, quem sabe, alguns parâmetros para uma nova sociedade. A sociedade do conhecimento, ou melhor, a era do conhecimento: pautada no pós-capitalismo. Portanto, tentar entender como poderemos redesenhar um mundo menos caótico, menos hóstil e bem menos desigual. Do ponto de vista histórico, esse planeta nunca foi um lugar confortável e amigável ao homem, Ao voltarmos nos idos dos séculos passados, o mundo vivia seus momentos sombrios e tenebrosos, principalmente nos meados da idade média e boa parte da modernidade. Tempos proprícios à morte por doenças infecto-contagiosas, completa falta de higiene pessoal e social, níveis alarmantes de mortalidade, baixa expectaiva de vida, fome e uma população na mais completa miséria. Os escritores da época não nos deixam mentir e retratam muito bem em suas obras. No entanto, não iremos aprofundar neste texto tais questões referentes a esse período. Apenas que no sirva de ilustração para o quanto avançamos em termos de desenvolvimento humano. Porém, na atualidade muitas sociedades ainda encontram-se em patamares equivalentes aos medievais. Posto de lado tal observação. A tecnologia da informação, os meios de comunicação, os computadores, as redes e a internet conseguiram se colocar na cauda da evolução e da inovação tecnológica. Não podemos negar, seja por bem ou por mal, o avanço da tecnologia foi fruto direto do capitalismo. Mas esse avanço poderia se dar mesmo em outros sistemas econômicos e com tecnologias diferentes, talvez mais evoluídas e coletivas. Mas, continuemos naquilo que temos por hora. As tecnologias não nasceram primordialmente desse capitalismo de plataforma, financeiro, cujo dinheiro produz apenas mais dinheiro. E sim, de um modelo fordista e taylorista, baseado no trípe: homem - produção - capital. Mesmo assim, com toda essa revolução tecnológica, ainda prevalece o ideal cartesiano, racionalista cuja base econômica finca-se no consumismo - na lógica da oferta e da procura. O aspecto econômico, cujos planos voltam-se eminentemente à produção em grande escala, a contrariar totalmente as previsões de escassez dos economistas mais proeminentes da mídia. Isso impacta diretamente no uso dos recursos naturais, fere todo equilíbrio ecológico e gera instabilidade ao ambientes terrestre. Todo esse pensamento racional e cartesiano vem particamente dominando a sociedade por mais de 500 anos, e continua dominante em nossos dias atuais. Influencia as artes, a arquitetura, a educação, a política, a economia, os modos de consumo, os valores sociais, a religião e tudo mais. Não importa o modelo econômico em vigor (seja capitalismo, comunismo, socialismo, social-democracia ou qualquer outro), a base do racionalismo é imperativo. A ciência e suas metodologias, hipóteses, experimentos, análises e coletas de dados estão fincadas sob o tacão dos valores e costructos do cartesianismo (análise, reduação e exaustividade), Um viês que se complemente pela dicotomia, dialética e dualidade. Trata-se de uma ciência bidimensional, binária (verdadeira ou falso; zero e um; ser ou não ser). Em pleno ambiente de redes, Internet, Inteligência Artificial, computação quântica e plataformas não cabe mais os domínios pantanosos do estar "on" ou "off".Precisamos ir além, dar um pulo para o futuro real e rearranjar as configurações da nossa sociedade. Quiça, uma trilha palátavel estaria na quebra dos paradigmas vigentes e saltarmos de cabeça num paradigma que caibam conhecimentos e aprendizagens multidimensionaise ominidirecionais, cujas setas apontem as mais variadas direções. Quem nos permite uma direção a respeito dessa mudança paradigmática do cartesiano rumo a era do conhcimento é o escritor Marc Hálev, em seu livro: A era do conhecimento (2010). Bem, o autor apresenta-nos a ideia da Noosfera - uma camada envolvida por saberes, conhcimentos e mística ligadas por redes de conhecimentos e ideias que tem por objetivo provocar e desenvolver processos de criaçãom, transformação e transmissão verticais de informação,conhcimentos e saberes. Vertical, por insistir na profundidade, assim como as raízes das arvóres. A princípio, no que toca ao pensamento noético - fruto da noosfera - visa a superação dos ideiais clássicos e simples do cartesianismo. Não é romper, de fato, com a lógica aristotélica e sim ampliar os modos de pensamento que visem a intuição, a metáfora e o caráter holístico (as partes são bem maiores que o todo). O modo de pensar noético refere-se ao conhecimento baseado em sistemas complexos, dinâmicos e evolutivos, não cabe mais dentro da cultura naturalista, antropocêntrica, mercantilista do capital,que dita as regras de consumo, mercado e industrialista. Segundo Halévy, o noético parte de uma ruptura com as antigas estruturas institucionais, políticas e econômicas de um classicismo arcaico, caduco. Sobrevivemos atualmente num planeta depredado, destruído pelo excesso consusmistas. Um modelo econômico que retira da natureza os recursos escassos, além de poluir, devastar o ambiente. Não somos o centro do universo,não temos o direito de usurpar das águas, das florestas, do solo para favorecer uma pequena fração da população. Daí a visão noética para nos colocar nos mesmo degrau da natureza. Lembremos, somos parte dela e não um Deus, que se acha acima de tudo. Dái a necessidade de religar o homem à natureza, reconectá-lo à terra. Esse é o pensamento noético de Halévy. Contudo, certa questões apontadas pelo o autor fica apenas no âmbito da utopia, do irrealizavel. Não por que possa parecer um tanto quimêrico ao alçar voos impossíveis. Para ser mais claro e objetivo, tivemos durante mais de cinco séculos uma formação cartesiana. Aprendemos que toda evolução humana só se realizou por meio de uma vocação estruturada numa base racionalista, positivista e compartimentada. Os modelos educacionais, científicos, acadêmicos e sociais vieram da tradição e dos costumes já prontamentes experimentados. Os próprios layouts das escolas e universidades nos esnsinaram que há um hierarquia a ser obedecida. Da mesma forma ocorrem nos hospitais, nas prisões, nos quárteis e nas reparticões públicas. Fomos ensinados a obedecer, a cumprir ordens, a seguir regras e qualquer coisa fora disso é pura transgressão. Na política e na economia o caminho segue da mesma maneira, ainda que vivemos pela democracia, pelos direitos humanos. Impera nos bastidores a dominação pelo poder (dinheiro ou as ações políticas). A aliança política e economia nos fez acreditar numa democracia, que temos a liberdade para expressar opiniões, lutar por direitos. Ledo engano! O universo democrático foi apenas uma invenção do capitalismo para extrair o máximo de nossa rasa capacidade. Nos transformou em consumidor, desejosos de mercadorias. Liberdade apenas para consumir,e se tivermos meios financeiros para isto, do contrârio , nem isso. Agora, se reinvindicamos e vamos à rua para protestos, os aparelhos repressivos do Estado imediametamente entram em ação. A polícia, instituição de proteção. Mas proteção de quem? da população? ou dos políticos e da elite? fica a pergunta. O Estado detêm o monopólio da violência e usa a polícia (cães de guarda estatal, ferozes e incapazes de pensar) para reprimir, agredir, violentar e matar aqueles que se manifestam contra o "status quo" em favor da democracia. Ai está a resposta. Então, que democracia é essa? cujas pessoas são tolhidas por forças políticas,estatais e policiais. Demonstração clara de que os pilares da sociedade são carcomidos, viiciados e prestes a ruir. A democarcia por eles apregoados aos quatros ventos soam como um enorme engodo. Uma grande mentira! Permanecemos ainda nas trevas da inquisição. Por ser diferente e não aceitar migalhas deixadas por esse regime apodrecido, de homens coniventes com um sistema a beira da falência, tentam nos fazer cheio de ilusões e certezas dentro de uma razão postulada de crenças e valores moldados. Forçaram uma fé num Deus criado para punir, cheio de dogmas e preceitos. Com isso nos castram e nos esterilizam a verdade. Subjugam-nos a um mundo de fantasia.
HALÉVY Marc. A era do conhecimento: princípios e reflexões sobre a revolução noética no século XXI. São Paulo: UNESP, 2010. 348 p.
sábado, 26 de julho de 2025
Foco e atenção no mundo tecnológico: adoecimento do corpo e da alma
Se
no momento anterior o nosso foco estava voltado para a imensa dificuldade de
concentração causadas pelas distrações cotidianas do mundo contemporâneo, que inclui
o excesso de telas. Algo que não havia anteriormente, nos idos dos anos
60, 70, até início dos 90. Atualmente, vivemos chafurdados num mar de mensagens
indesejáveis. A cada segundo somos banhados por propagandas e anúncios
daquilo que nem desejamos. Somos bombardeados por diariamente por e-mails,
chats, mensagens de WhatsApp, vídeos do TikTok, Youtube e outras redes sociais
e outras mídias. Tudo isso afeta diretamente a nossa saúde mental e física.
Tornam-nos escravos das telas, assim pagamos um alto preço por isso. Nossos
momentos de sossego e lazer já não mais existe, pois, o tempo todo somos
interrompidos pelo som das notificações recebidas no celular. A sociedade ficou
doente, os casos de stress, Burnout, depressão e síndrome do pânico explodiram
nesse pequeno espaço do século XXI. As pessoas estão menos atentas, mais
irritadiças e ansiosas, os índices de TDAH, Autismo, Alzheimer são alarmantes.
De alguma forma as causas podem estar ligadas ao crescimento do uso das telas e
o tempo que ficamos nelas. No mundo do trabalho comprou-se a ideia de que somos
seres multitarefas, capazes de realizar cinco, seis ou mais tarefas de forma
concomitante. Que grande mentira!! Para realizarmos bem uma atividade,
precisamos foco, concentração e atenção. Do contrário, fracassamos ao querer
fazer múltiplas num só tempo. Essa conversa de que o cérebro possui uma
capacidade multitarefa não passa de uma ilusão, por sinal perigoso. Trata-se de
um mito que a nossa era digital reforçou, justamente para nos dar a sensação de
maior produtividade. Mas o que ocorre na verdade, é que nosso cérebro não
executa várias tarefas ao mesmo tempo; ele alterna rapidamente entre elas. Essa
alternância constante, no entanto, tem um custo elevado: a atenção
dividida. Acontece que ao pular de uma notificação para um
e-mail, de um vídeo curto para uma mensagem, o cérebro não tem tempo para se
aprofundar em nenhuma atividade, resultando em:
- Menor
retenção de informações: Dificuldade em absorver e lembrar o que foi
lido ou visto.
- Aumento
de erros: A pressa em alternar tarefas leva a falhas e descuidos.
- Redução
da produtividade: O tempo gasto na troca de contexto supera o
benefício de tentar fazer várias coisas ao mesmo tempo.
- Esgotamento
mental: A constante estimulação e a exigência de atenção fragmentada
sobrecarregam o cérebro, levando à fadiga.
O
ciclo das redes sociais é altamente viciante e assim foram projetadas. Pois, o sistema
de recompensas instantâneas (curtidas, comentários, compartilhamentos) libera
dopamina em nosso cérebro, criando um ciclo de busca por mais validação. Essa
busca constante por novidade e gratificação imediata treina nosso cérebro para
esperar por estímulos rápidos e superficiais, tornando a imersão em tarefas que
exigem concentração prolongada cada vez mais desafiadora. Além
disso, a comparação social intrínseca às redes pode gerar ansiedade e
insatisfação, desviando ainda mais a atenção do que é realmente importante na
vida real. A necessidade de estar sempre "conectado" e
"atualizado" cria uma síndrome de FOMO (Fear Of Missing Out), ou
medo de ficar de fora, que nos prende ainda mais às telas. As consequências no
longo prazo podem-se dizer que são nada agradáveis, para não falar
nefastas. Os efeitos do excesso de telas e redes sociais no foco e na
atenção não são apenas imediatos. Observa-se:
- Dificuldade
de aprendizado: Em crianças e adolescentes, o excesso de tempo de
tela pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades cognitivas
essenciais para o aprendizado, como a atenção sustentada e a memória de
trabalho.
- Problemas
de memória: A sobrecarga de informações e a atenção fragmentada podem
impactar a capacidade de formar e reter memórias de longo prazo.
- Impacto
na saúde mental: Além da ansiedade e da depressão relacionadas à
comparação social, a dependência digital pode levar a problemas de sono,
isolamento social e diminuição da autoestima.
- Prejuízo
na vida profissional e acadêmica: A dificuldade de concentração pode
afetar o desempenho em estudos e no trabalho, limitando o potencial
individual.
A
maneira a qual podemos nos desconectar seria reconectarmos com o mundo
analógico, voltarmos às origens de um tempo sem tecnologia. No entanto, algo impensável
e fortemente radical. Dada às próprias circunstâncias evolutivas da sociedade
ao longo dos séculos. Jamais, o capitalismo permitiria tal heresia, cuja
característica é a acumulação e viu no avanço tecnológico o caminho para
crescer, Talvez, a saída menos complexa para essa reconexão com a vida fora das
redes esteja em mitigar os seus efeitos deletérios. Mas, reverter essa
tendência exige um esforço consciente. Não se trata de demonizar a tecnologia,
mas de aprender a usá-la de forma mais equilibrada e intencional. Algumas
estratégias que podem ajudar incluem:
- Estabelecer
limites de tempo: definir horários específicos para o uso de redes
sociais e aplicativos, e aderir a eles.
- Desativar
notificações: reduzir as interrupções constantes que roubam a
atenção.
- Praticar
o "detox digital": Períodos regulares de desconexão total,
seja por algumas horas ou um dia inteiro.
- Priorizar
atividades offline: dedicar mais tempo a hobbies, leitura, exercícios
físicos e interações sociais presenciais.
- Treinar
o foco: Exercícios de atenção plena e meditação podem ajudar a
fortalecer a capacidade de concentração.
- Criar
ambientes livres de distração: Ao realizar tarefas importantes,
procure um local tranquilo e silencioso, longe de aparelhos eletrônicos.
Em
um mundo que compete constantemente pela nossa atenção, a capacidade de focar
se tornou uma habilidade valiosa. Ao reconhecer os problemas causados pelo
excesso de telas e redes sociais, e ao tomar medidas para recuperar nosso foco,
podemos não apenas melhorar nossa produtividade, mas também nossa qualidade de
vida e bem-estar mental. É hora de desconectar para, de fato, reconectar
conosco mesmos e com o mundo real.
Natureza
