Nos idos dos anos 60 e 70 do século passado, em plena ditadura militar, o quadro que pintou-se foi de um desenvolvimento calçado no desmatamento e derrubada de florestas. O mote desse período estava no progresso a qualquer custo e o lema era: vamos avançar. Assim, abriram-se frentes de trabalho para a construção da rodovia transamazônica., um rolo compressor que passou por cima de tudo e todos. Tudo em nome do progresso. Entretanto, esse idealismo desenvolvementista não fora nem um pouco pacífico. Os conflitos constantes em terras indígenas deixava claro a fragilidade dessa política hóstil e equivocada. Mais uma vez a força do capital sobre a terra, onde instaura-se a calamidade. Tudo em favor da criação de gado e a monocultura de exportação. Os latifúndios, muito deles ociosos, demarcam o poder da propriedade privada que submete o trabalhador rural aos caprichos dos donos da terra. Pior, não havia qualquer preocupação com os problemas climáticos, o desmatamento e a preservação da fauna e da flora. A barbárie como bandeira fincada no solo em favor de um nocivo desenvolvimento. Em pleno século XXI, ainda prevalece esse pensamento desenvolvimentista. E portanto, a grilagem de terras, os assassinatos de indígenas por disputas de áreas, muitas delas em fase de demarcação, os confrontos violentos ocorridos em grande parte com apoio da polícia e de jagunços (a mando dos "coróneis") numa truculência descomunal continuam recorrentes. As terras são em grande maioria ocupadas, desmatadas, e os povos originários expulsos. Estes mesmos posseiros, grileiros são aqueles que ateam fogo, e assim provocam enormes queimadas, de forma criminosa. Isso em nada favorece a questão climática. Em nosso país vivemos atualmente uma crise do clima dada por uma conjuntura de fatores, que envolve a situação social, econômica e também ecológica, além de incluir violência extrema (seja por aqueles que determinam-se donos de terras, ou pela polícia, que jamais esteve ao lado dos trabalhadores - atende apenas os desejos dos latifundiários, que nada produz). Tais dificuldades encontra-se justamente numa mentalidade política arcaica de um país que enxerga o "agro" como as grandes lavouras de monoculturas,tais como: o acuçar (período colonial); café (entre os finais do século XIX e início do Século XX) e na atualidade as plantações de soja, milho e croiação de gado para expotação. Esses grandes produtores de hoje aproveitam-se da representatividade nas casas legislativas - a famosa bancada do boi. Muitos deles estão dentro da ideologia do capitalismo financeiro, cujos negócios estão lastreados em produtos financeiros e apoiados financeiramente pelos bancos. Dessa forma, o que menos importa a eles é o cuidado com o meio ambiente e os recursos naturais. Felizmente, há um outro lado, mesmo que um tanto acanhado. Quase invisível, imperceptível talvez. Porém, vem dando passos relevantes quando se trata de uma agricultura mais limpa, com vistas para a preservação ambiental. No entanto, essa virada de chave diante do desmatamento, plantio de grãos que ocupam milhões de hectares e toneladas de pesticidas surge da própria luta por terra, de movimentos dos trabalhadores sem terra, de movimentos em prol da preservação ecológica. Cujas características pautam-se nos aspectos da coletividade e por uma justiça social , que iguala se aos enfrentamentos pela erradicação das desigualdades sociais, da miséria e da fome. Tais movmentos tem caráter anti-capitalista, anti-mercado financeiro, e visão pró mercado produtivo. A proposta principal dessas lutas finca-se no direito constitucional de ter um pedaço de terra, no trabalho e na dignidade humana. Daí podemos então começarmos a falar de questões ligadas a replantio florestal, agroecologia, agrofloresta e emissões de carbono. Assuntos recorrentes neste século XXI, que certamente vai refletir nas sociedades futuras. Mas não devemos ser ingênuos, os problemas são complexos e ainda irão perdurar por anos, pois a força do capital tem muito poder e deseja continuar avançado. Ele só nos ensinou a consumir desenfreadamente. Algo difícilde mudar. Por outro lado, temos aqueles que aprenderam - na luta - a desvencilhar dessa armadilha e alterar sua mente consumista. São esses que lutaram é que irão fazer toda diferença no futuro. Um futuro promissor e menos carregado de individualismo. O seus ideiais voltam-se para a interação homem-terra. Sabem que a comunhão com a terra é essencial para uma alimentação saudável e a saúde física e mental. Tira-se da terra somente aquilo que é preciso para viver. Reconhecem o valor da vida em comunidade, assim faz-se necessário a racionalidade na produção. Mas não se engane, as dificuldades persistem para estas pessoas que estão nos assenttamentos de terra. quem sabe mitigada pela coletividade. Graças a essa pessoas, a produção de alimentos sem agrotóxicos alia-se a recuperação dos biomas, sendo assim o grande trunfo da agroecologia. Relação direta entre sáude e preservação ambiental. A produção agroecológica se resume em melhor alimentação e saúde, por ser uma foma de produção mais artesanal - menos industrializada. Politicamente, esse consumo orgânico deveria ser lei nas escolas públicas com vistas para a saúde das crianças e adolescente. Apesar das pequenas iniciativas de agroecologia dos movimentos sociais do sem-terra e agricultores familiares, a crise climática é um desafio real que nos afeta. Consequência do desmatamento como principal vetor da carbonização atmosférica. Ou seja, é a causa das emissões de carbono na atmosfera. Então, faz-se mister a descarbonização do ar na atmosfera. O excesso de carbono torna-se elemento "non grato" ao clima. Descarbonizar a sociedade implica em reduzir as emissões em indústrias, veículos, e também na agricultura e pecuária. O nosso país tem o maior estoque de carbono do planeta, a começas pela nossa biodiversidade (flora e fauna). Os biomas brasileiros são diversos, cerrado, mata atlântica, caatinga, pantanal e amazônia. Ao tocarmos nesses biomas liberamos carbono. O certo seria deixá-los lá, quieto. Isso evitaria todo aquecimento global. A crise climática não se trata de um problema exclusivo do Brasil, é planetária. Requer discussão entre países. As mudanças severas na biosfera terrestre já são visíveis, basta observamos as alterações climáticas. Não é mais tolerável deixar que o capital possa ditar as regras do jogo. A indústria petrolífera, que utiliza energia fóssil, não é sustentável, contribui para o efeito estufa. É gás carbônico que mata o planeta. Há uma urgência imediata para reverter o quadro. Dado que, clima é um tema complexo, que demanda uma série de conhecimento técnico- científico. Todavia, tornou-se um tema imprescídivel a ser debatido, por atingir toda sociedade. Não há como evitar, deve ser colocado na mesa de debate. Afinal, estamos sendo diretamente imfluenciados pelas mudanças climáticas, qualquer alteração gera enormes impactos no espaço geográfico do planeta. Agrotóxicos; poluição do ar, do solo e do mar; devastação de florestas, uso de combustíveis fósseis em veículos, indústrias e outras fontes poluidoras que emitem toneladas de CO2 prejudicam nações e cidades em todo mundo. A luta por diminuir as emissões de carbono é preponderante pata evitarmos o colapso planetário, dado que nossos recursos naturais são escassos. Mas a conta fica. A prospecção de petróleo em áreas de florestas afeta toda paisagem natural. Não vale a pena investir em tal desenvolvimento. A longo prazo os prejuízos são incalculáveis ao meio-ambiente. O extrativismo torna-se tão pernicioso quanto a indústria, por retirar do solo recursos não renováveis. Deste modo, o engajamento de grupos que pensam de forma ecológica torna-se vital para chamar atenção dos perigos postos a vista. Mesmo algumas nações já perceberam a importância de criar mecanismos para conter o avanço da crise climática, junto a organizações e empresas. Entra em cena os programas e projetos de emissão de créditos de carbono, uma moeda essencial para que empresas, governos e instituições possam desenvolver suas políticas conservacionistas em função do meio- ambiente. O Estado como elemento central dessa políticas, com iinstrumentos de regulação e legislação para metas sejam cumpridas. Um mercado regulado conforme o acordo de Paris, cujo objetivo está em atingir as metas de emissões. Dito isso, a regulação deve ser efetiva em todo planeta. O mercado voluntário de carbono é salutar, contudo, temos que dar um passo adiante e com isso passar leis mais efetivas. Nesse quesito, O Brasil demonstrauma certa maturidade, sendo o terceiro mercado de carbono no mundo, fator positivo que facilita projetos e investimentos reais, por exemplo, de redução de gases de efeito estufa. As tendências globais para o mercado regulado abrem espaço para programas como energia verde (ESG), uso de biomassa como forma de energia limpa. As COPs sendo um momento de discussão para tratar de decisões sobre o clima permitem a criação de regras, legislações e boas práticas em um nível mundial. Quanto as empresas, o comércio de carbono pode beneficiar uma cadeia produtiva mais limpa indústria. Dessa maneira, o setor industrial assume o compromisso com o meio-ambiente e passa a ganhar créditos de carbono. Cabe ao Brasil, pelo seu potencial energético, investir maçicamente na geração de energia limpa. Ser referência para o resto do mundo. As primeiras ações vimos que estão na adoção de projetos de agroecologia, a exemplo das agroflorestas - solução sustentável - sem uso de fertlizantes químicos ou agrotóxicos. Enfm, qual a ideia por trás da agrofloresta? A princípio trata-se de uma junção de plantio (culturas agrícolas) em meio as florestas no intuito de restituir as áreas devastadas e degradas. Por exemplo: o cultivo do café robusta, cacau, açaí que aplicam os conceitos de agrofloresta e agroecologia como forma de sustentabilidade. Como já apontamos anteriormente, o MST tem papel fundamental nese tipo de plantio. Ao contrário da formas tradicionais de agricultura e monoculturas que colocam em risco o solo, as águas e as florestas. Portanto reforçamos, a agricultura familiar, os movimentos sociais dos sem-terras, diante de todas as dificuldades sociais, políticas e econômicas, a contar os problemas de conflitos de terras - já aqui mencionados - apresentam maior consciência em em relação às questões ecológicas atuais. O foco da agroecologia e agrofloresta nasce eminentemente através das mãos dos trabalhadores rurais e das pequenas propriedades, em sua maioria atacadas por forças policiais, jagunços e apoio de instâncias públicas que defendem os grandes latifúdios. A resistência do MST ergue sua bandeira da agroecologia, enxergam como resposta a plena interação homem-terra preservados. A agroecologia funda-se na coletividade e na luta do trabalhador. Na agricultura familiar o sistema agroflorestal mostrou-se uma trilha viável, por manter intacto a riqueza do solo, a comunhão das águas (rios, lagos e lagoas) com o ambiente. Do ponto de vista econômico, o agricultor familiar ainda não está refém do mercado, dado que os custos de produção são menores, menos adubo e sementes e o não uso de agroquímicos. De certa forma ocorre a maximização da produção. Têm-se um solo protegido com plantas nativas. Nesse caso é um sistema de plantio que oferece trabalho e renda. Poderíamos, com certa segurança, afirmar que a agroecologia e a agrofloresta como uma solução mais inteligente de produção agrícola e ao mesmo tempo evitar um colapso climático devidos as razões elencadas nos paragrafos anteriores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário