quarta-feira, 24 de agosto de 2011

As redes como sistemas vivos

Essa semana ao ler o livro Conexões Ocultas do físico Fritzjoff Cappra, que por sinal é uma obra de excelente qualidade que todos deveriam ler, passei a compreender a importante relação existente entre as redes não só em seu aspecto social, mas também sob o ponto de vista biológico e tecnológico. Ao delinear estes três aspectos, Cappra cita Maturana e Varela a respeito da teoria da "Autopoiese" que dizem que os sistemas vivos são redes autossuficientes e se organizam e reorganizam conforme sua necessidade. Portanto esses sistemas biológicos podem servir para ilustrar as redes nos aspectos sociais e tecnológicos. As redes vista sob a ótica social tornaram-se um canal importante de comunicação entre as pessoas. Nas comunidades científicas as redes têm um papel preponderante na divulgação de pesquisas, nas trocas de conhecimento e informações. Além disso, a velocidade dessas informações diminuíram de maneira absurda com o advento dessas redes. Ainda no âmbito social, as redes aproximaram as pessoas das discussões políticas e de cunho mais polêmico, como exemplo podemos citar o uso de sementes transgênicas na produção agrícola, que gerou uma comoção por parte dos pequenos produtores rurais, consumidores, ambientalistas e pesquisadores em relação aos malefícios que essas sementes poderiam acarretar a saúde das pessoas e ao solo. Por aí, podemos ver que as redes assumiram um papel de porta voz para aqueles que antes nunca haviam sido ouvidos. Tecnologicamente as redes são um meio físico dotados de cabos de fibra ótica ou ondas de rádios captadas por meio hardwares e softwares (modens, roteadores e cabos que subdividem essas redes em sub-redes). É justamente essa rede tecnológica que permite a existência das redes sociais, mas sem as pessoas a rede tecnológica não existe, ou seja, é uma relação de interdependência. Essa interdependência gera uma complexidade e interatividade entre o homem e a máquina. A interação homem-máquina dentro das redes ultrapassou os limites sociais e tecnológicos, passou a abranger o mundo das organizações, pois grandes empresas viram na rede uma possibilidade de aumentar seu mercado e tornarem-se mais competitivas. Essas redes empresariais passaram a dominar o espaço cibernético com novas fórmulas publicitárias e design atraentes que chamam a atenção dos consumidores. Mas infelizmente, esse novo modelo de publicidade, não resolveu o velho problema das formas de produção pautada na linearidade, que geram resíduos poluentes nocivos ao meio ambiente. Assim pode-se concluir que as redes na verdade são sistemas vivos que produzem informações e conhecimentos, mas que ainda não sabem de forma eficiente e eficaz onde alocar seus produtos e dejetos, dessa forma tornar seu aspecto linear em um fluxo cíclico contínuo, da qual tudo pode ser reaproveitado.

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Natureza

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