sábado, 7 de fevereiro de 2009

O autor e o leitor: visão de uma obra

Quando escrevo, não escrevo somente para mim, mas para um, dez, talvez centenas ou mesmo milhares de leitores, que esperam alguma mensagem vinda das mais profundas reflexões, que tento fazer sobre o cotidiano, o mundo, a política, a tecnologia e as vezes de pequenas observações inúteis, que não querem dizer absolutamente nada. Maravilhar-se com uma obra e poder entrar num estado de espírito bem particular, contemplar suas minúcias e esmiuçar todas as palavras, assim absorver e degustar num vocabulário próprio e fazer delas novas composições. O autor na maioria da vezes não percebe a grandeza de sua obra, apenas a solta pelo ar, para que caia em algumas mãos sedentas de sabedoria e vontade de aprender. Assim, o ato de escrever é livre, voa conforme nossa imaginação e experiências, adquiridas ao longo de nossa existência. Do outro lado, o leitor que vai em busca de sua leitura, aquela que mais o agrada, com ela viaja mundos e paisagens, volta ao passado e caminha pelo futuro, que é incerto. O leitor, este ser que é a razão de viver do escritor, emite opiniões, críticas, sugestões, ou apenas lê, com os olhos simples de um mundo a ser descoberto. Ao ver uma obra, opinar sobre ela ou mesmo se indignar com os personagens é passar a reagir, construir e aprender, que existe algo muito além de nosso pequeno mundo. A visão de uma obra deve ser consistente e transformadora. Por que eu escrevo? por que eu leio? são perguntas, que muitas vezes não são feitas e muito menos terão respostas reais e concretas. Por que escrever e ler deve ser subjetivo, próprio, íntimo e as mudanças não ocorrem em instantes, mas lentamente em nosso subconsciente, cada palavra, frase, parágrafo tem de ser cuidadosamente suplantado em nossa mente, assim como os átomos formam moléculas e por fim a matéria. Então tudo se aglutina, formando um todo. Os capítulos, as páginas se somam em nossa memória, permitindo a compreensão da obra, que geram grandes transformações a longo de nossa vida. Compreender uma obra é mais que ler, seria algo como subverter a ordem das coisas, modificar nossa própria história.    


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Natureza

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