Há uma lógica um tanto equivocada - para não dizer burra ou estúpida - por parte das camadas médias da população brasileira, de que a política resume-se na falsa binariedade do roubar e não-roubar. Tal pensamento um tanto enviesado e por que não dizer mentiroso retira da sociedade a capacidade de articular, pensar e agir sobre a realidade do quanto a política tem um ar essencial nas mudanças sociais, econômicas e culturais do país. Bem, destilar o ódio - como faz essa parcela mediana da população - não traz qualquer benefício real às pautas tão ncessárias aos cidadãos. Soma-se a esse pensamento errôneo, a própria condição de fracassado daqueles que difundem tal ponto de vista. E quando dizemos frcassado, não nos remetemos somente aos fracasso econômico ou social. Pois esse mostra-se muito mais latente no aspecto indivisual, cujo fracasso de não ter se autorealizado como ser humano pleno, por exemplo no âmbito da família. Seja pela desesperança em relação aos filhos, pais e esposa. Até mesmo de não ter conquistado os desejos mais íntimos. É o fracasso egóico, edipiano ou narcísico da literatura psicanalítica. Essa visão tosca de que nada vale a pena, tudo é uma desgraça, que todo político é corrupto e que nosso país não presta: só há violência, bandistismo e corrupção - ou seja - um pessísmismo forjado por um grupo de pseudo-intelectuais presentes numa mídia catastrófica e irresponsável que lhe dão audiência por uma convicção de que as coisas são assim mesmo e não vale a pena lutar por nada já que a solução não existe mais. São estes falsos intelectuais os anunciadores do apocalipse, da distopia em relação a política e a democracia. Estranhamente ou não, a mídia entra nesse jogo e acata tais narrativas e ideias, justamente por ser parte dessa onda neoliberal. Assim, essa mesma mídia busca justificar a necessidade de que qualquer outro modelo político ou econômico seria demasiadamente nocivo à normalidade do funcionamento da atual engrenagem que move o capitalismo. Sinceramente, uma visão totalmente desfocada, que leva a sociedade a um grau estratosférico de miopia social e talvez já numa cegueira coletiva. Esses pseudo-intelectuais comprados pela mídia, que escrevem e falam nos jornais, TVs, internet e rádios, alcançando milhões de lares país geram danos irreversíveis não só no pensamento político da população, mas também interferem diretamente na criticidade opinativa das pessoas. A intenção é criar um pastiche, uma caricatura do modelo democrático, contanto que seja risível, assim como são de fato. Pois são destruidores de mentes e não querem que haja o dialógo crítico, o pensar o mundo, a discussão saudável e salutar dos problemas coletivos. Prezam pela total destruilção do discurso democrático, dando lugar a desesperança e a descrença de um por vir. Eles sugam da sociedade o acreditar no futuro e injetam nas mentes - com suas palavras negativas dotadas de falsa realidade e negacionaismo - o ressentimento, a indiferença e ódio. Estes pseudos-intelectuais! Para eles o não fazer nada, o deixar como está e o assim mesmo vem como mote do ser humano apático, ordeiro e cordial. A velha máxima que imperou no Brasil em tempos passados, a qual somos possuídos pela condição de vira-latas, ou a imagem do bom selvagem. Dotado de uma ingenuidade cafajeste ou de uma maladragem ordeira e pacifíca, mas amiúde vistos como povo trabalhador. De fato somos sim ordeiros, pacifícos e trabalhador, porém não devemos jamais nos submetermos ao posto de povo despolitizado, incapazes de analisar fatos. Está ao nosso alcance o fazer e o discutir política com toda maestria. Se a guerra está na pauta do dia, temos que ira a luta e buscar vencer as batalhas. A politização deve ser o inverso da anti-política e principalmente da politicalha daqueles que a demonizam nos meios de comunicação para gerar a desinformação e o caos. Sim,no fim da estrada está a esperança que tanto desejamos alcançar. Mas para isso ocorrer temos de abraçar a política verdadeira e genuína, não aquela dos partidos, envolvidadas na construção eleitoral e do voto, pautada na figura de um suposto líder. A nossa busca se faz por uma política de ação, do fazer político imbuída na coletividade, nas trocas justas de ideias e num dialógo aberto e democrático ou melhor na participação efetiva das pessoas. É o construir do cidadão e das cidades. Quanto aos falastrões midiáticos - detratores do pensar coletivo e destialdores do ódio - a política cabe subjuga-los ao próprio veneno. E assim mandá-los para seu calvário íntimo, deixando-os eternamente no ostracismo do seu submundo e de preferência com a tecla "mute"ativada. Acredita-se talvez que não há nada pior do que falar e nem ao menos ser minimamente ouvido. Contudo, não se pode deixar que ecoe das profundezas da comunicação e da política vozes nocivas ao discurso democrático. Já não há mais lugar e tempo para as histérias e debilidades afloradas, muitos menos falatórios desconcertantes e vexatórios que em nada contribuem para o despertar da esperança.
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