sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O banditismo tomou conta da política

Há sim na política bandido de estimação e não me venha convencer do contrário.  Coloco em pauta tal afirmação, diante do carreamento de dinheiro de empresários que escolheram apoiara a antipolítica, o banditismo real que ocorre na atualidade de nosso país. Eles dotaram como animal de estimação a bizarrice de um ninguém, o verdadeiro projeto da não política. com isso, a vedete da política encontra-se  no seu total perecimento, numa morte eminente. 

Já não basta mais  ter nos quadros  da representação política as subcelebridades, jogadores de futebol fracassados, atores pornôs, cantores de segunda categoria, participantes de reality show. Agora a sociedade tem que engolir a seco a presença de bandidos, criminosos condenados travestidos de coach, ou seja indivíduos que tentam repassar seu fracasso para outras pessoas através de ações "nonsense"  e dessa forma vender-se como um produto que seja a panaceia para todos os males. 

O que é mais intrigante está no fato da população aceitar e até mesmo normalizar  as condutas ilícitas deste tipo de candidato e nele ainda votar.  Atitude um tanto jocosa, que acaba reverberando no mundo midiático. Enfim a mídia vive de espetáculo e as atitudes escarniosas geram grandes audiências. Será isso a nova política? a política da não política, na qual não se discute mais no campo da ideias, dos projetos e programas. Então, o que sobra é apenas a destruição completa do oponente por meio da galhofa, do deboche. E o que fica -  são as ofensas, e o ódio.  O mais completo descaso com a população. Tudo isso acompanhado por uma mídia espetaculosa sedenta por fama e audiência. Verdadeiro show de horrores propagado pela ignorância e desconhecimento das  metralhadoras verborrágicas que nada tem a oferecer a sociedade. 

Ter nas mãos energúmenos apolíticos ou melhor, detratores da política que só almejam cargos servem de trunfo a grupos de empresários apoiadores mal-intencionados, justamente para manipular as cordas de suas marionetes. Para esses empresários não interessam o fazer político, e sim realizar o jogo do capital. Ou seja, obter as benesses do poder para ampliar sua riqueza. trata-se de um jogo nada democrático, cujo único perdedor é a população carente de serviços público. 

Não se discute mais a cidade, a sociedade e o povo. A política tornou-se um espaço de zombaria, de bagunça, que não agrega mais a vontade daqueles que nela um dia enxergaram um instrumento de desenvolvimento econômico, de construção social voltados para projetos futuro. Nem se que há mais futuro. O que ficou - foi um vazio de ideais e da boa e velha disputa. O poder foi jogado no lamaçal por aqueles que corroem as estruturas da democracia e tentam minar as instituições republicanas. Por parte da mídia os debates ficaram esvaziados, enquanto sobram apenas golpes, socos e trocas de farpas linguísticas sem qualquer conteúdo relevante para os desejosos de boas propostas. 

Na não política atual sobrou apenas o câncer antiético da bandidagem, juntos aos empresários nefastos que tomaram de assalto os espaços políticos para criar antipolítica. Ou melhor a não politica. Assim vemos nascer dentro do espectro político todo tipo de grupo que tem como objetivo destruir a própria política. Daí surge a milícia, as organizações criminosas, igrejas evangélicas caça-níquel com sua bancada "ultra- conservadora", grileiros de terras, entre outras. E o banditismo invadindo os meandros da política.                                  

sábado, 10 de agosto de 2024

Poliarquia ou democracia - face da mesma moeda

Em uma discussão com uma colega de trabalho, quando falo discussão, não é briga ou levantar o tom e querer ter a plena razão dos fatos. Aqui, nas Minas Gerais a expressão discutir trata-se de uma boa conversa,onde mais se houve e menos se fala. Nessa boa prosa o assunto posto, não podia ser outra coisa, que não fosse política, economia e  um puco de filosofia. Por que nós mineiros, somos filósofos por natureza, é algo enraizado em nossa identidade. Mas enfim, vamos ao fato que interessa. Também como servidores públicos que somos;  compreender o Estado, o direito, a administração pública e os meandros da burocracia obrigatoriamente devem ser internalizados em nosso saber fazer e em nossos conhecimentos práticos. Para adentrarmos o assunto em questão, a discussão em pauta se revela nos conceitos básicos do que seria a democracia e sua evolução no caminhar do tempo. 

Se me lembro bem, a essência do fato apareceu diante da ideia de poliarquia - conceito este criado por Robert Dahl em 1971 no âmbito da ciência pólítica. Para quem se interessar a ler, deixo aqui a referência da obra deste autor. A poliarquia de Dahl, nada mais é que a própria democracia, o governo de muitos, o governo do povo. Então, irei utilizar neste artigo, o termo democracia, por ser mais comum no vocabulátio da maioria das pessoas. Os ideiais democratas exigem uma série de caracteristicas para que uma nação seja determinada como uma democracia, isto inclui liberdades, direitos e deveres de seus cidadãos. A prorpria cidadania inclui-se como elemento da democracia. O grau de liberdade e direitos são escalares, fator esse que determina a escala de democracia.  

Por exemplo, podemos ter uma nação que tenha eleições livres, mas o presidente dificulta a participação de certos oponentes e não faz divulgação ampla dos boletins de resultados. Ou, a imprensa é impedida de exercer seu direito de divulgar notícias. Por outro lado, há países na mais completa escuridão, completamente fechados, cujo o líder não passa de um tirano ameaçador e falsamente venerado pelo medo de sua população. Digam o que quiser da democracia, sabemos que tem inúmeros defeitos e constrante necessidade de ajustes. Mas ainda sim, é a única alterantiva dentre todas as outras. 

Podemos não gostar de como a nossa democracia foi instaurada, no entanto, é o único regime que nos fornece a liberdade de criticar e expressar opiniões contrárias àqueles que nos representam. Além, do uso de instrumento político  para destituí-lo do poder.  Evidentemente, a democracia está em constante reconstrução, sendo mesmo em sua imperfeição, algo que devemos alcançar enquanto nação. As mazelas políticas, sociais e econômicas  são visíveis aos olhos de qualquer democrata. Convivemos cotidianamente com as grandes desigualdades sociais, a falta de oportunidades de emprego, a extrema pobreza, a falta de serviços públicos básicos e outros. Percebe-se também certos desvios relacionados à condução política, e na própria ética dos elementos que compõem os quadros políticos. Todavia, precisamos compreender que as ações desvirtuantes de nossos representantes, necessaraimente não implica na quebra da hegemonia democrática. Dado que as liberdades, os direitos, e inclusive a cidadania ainda estão preservados. E como em qualquer democracia, os atos desvirtuantes - em tese - devem ser  minimanente apurados e os representante tem a obrigação de arcar com as consequências. 

No jargão político, as democracias utlizam-se de ferramentas de pesos e contrapesos instituídos em desenhos legislativos, por meio de leis, atos normativos. A constituição (a carta magna) configura-se como a lei maior por reger todo o funcionamento do Estado e estabelecer garantias fundamentais de liberdade. A democracia moderna em nada se iguala aos princípios da democracia dos antigos gregos.  A visão da democracia de Platão, Socrátes e Aristóteles nasce de um misto de homens e deuses do olimpo. Nela a pólis não estendia-se a todos. Era a democracia de Atenas, dotada por cidadãos livres (homens nascidos em Atenas) e de  participação direta nas assembleias,cujos princípios eram a liberadde e igualdade. Já a democracia de nossos tempos absorve os princípios gregos da liberdade e igualdade inserindo elementos representativos e indiretos - ou seja - as nossas escolhas obedecem regras e parâmetros definidos em legislações. Ao contrário da democracia ateniense cujo vetor de escolha se dá diretamente. Mesmo distintas, ambas democracias guardam pontos convergentes no requisto participação. Digo isso, por que até bem pouco tempo, a participação na democracia moderna era destinado apenas aos homens brancos de posses, estavam excluídos desse processo os negros, as mulheres, os analfabetos e a população pobre. 

Portanto, chegamos a conclusão que a democracia é uma jovem senhora que precisa amadurecer e assin integrar a sociedade. Bem, já tivemos grandes avanços aqui no Brasil após a Carta Magna de 1988, que é uma das constituições mais inclusivas, além de importantes políticas públicas que englobam uma série de minorias, fornecendo ampla participação em conselhos e ações afirmativas.    

Referência:

Dahl, Robert. Poliarquia. São Paulo: Edusp, 1997

Natureza

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