sábado, 8 de junho de 2024

O agro não é pop, é popular!

Talvez falar deste assunto custa-me caro, sendo que não sou um especialista na área e não tenha a devida formação para tal. Mas como um bom disseminador de informação e conhecimento trazer à tona as mazelas que afligem esse país torna-se um dever que cabe a qualquer cidadão. Assim como os problemas econômicos, sociais e políticos necessitam de uma análise mais precisa e aprofundada, justamente por antigir diretamente a vida das pessoas. A questão agrária, ou melhor dizendo, o agronegócio (como a mídia gosta de denominar por entender que trata-se de grandes empresas) deve sim tomar parte nas críticas midiáticas e analisada sob a ótica da sociedade. Enfim, o modelo agrário brasileiro jamais deveria ser aquele que se apresenta nas propagandas fantasiosas de uma mídia parcial. Pois está muito distante da realidade de ser um astro pop. Mas quem comanda as regras do jogo aqui é o capital e ele necessita vorazmente de crescer e acumular-se, então vale tudo, principlamente travestir-se como elemento vital para sobrevivência econômica do país. A ideia de sermos o celeiro do mundo, cuja vocação está no plantio da terra, o solo sagrado produtor de sonhos e riqueza. Isso meus caros leitores, entendam como o capital introduz na mente das pessoas informações distorcidas, desconhecimento e falsas promessas. Nos subjugam, fazendo-nos acreditar que o "agronegócio" é solução para nos tirar do atoleiro econômico e via dourada para o desenvolvimento. Então, para que possamos compreender melhor essas artimanhas do capital, vamos recorrer aos fatos históricos e assim fazer um retrospecto do modelo agrário no Brasil. De antemão, se voltarmos aos àureos tempos do Brasil colônia toda a produção agrícola tem sua base na monocultura exportadora (acuçar, café, soja e milho), que no inicio do século do XVIII e até os fins do  século XIX caracteriza-se pela mão de obra dos escravos negros. Diga-se de passagem que fomos o último país da América a abolir o regime de escravidão e o racismo ainda faz-se presente até esses dias atuais. Parece que o pensamento do senhor de engenho (homem branco, cis e cristão) continua fortemente arraigado na sociedade, basta vermos alguns representantes do cenário político nacional (bancada da bala, da bíblia e do boi). Mas para não nos perdemos no assunto, vamos voltar ao que nos interessa - "o agronégocio" - esse potente motor que impulsiona a economia de nossa grande nação. Sim, em partes somos obrigados a reconhecer que o "agronegócio" impulsiona o desenvolvimento e a modernização do campo, contribui de maneira expressiva no PIB brasileiro, por gerar divisas na balança comercial, dado que grande parte está voltada para o mercado externo. Sim, reconhecemos que somos os maiores produtores de grãos, as chamadas comodditties (produtos primários e extrativismo). Além disso, os investimentos em novas tecnologias e maquinários agrícolas aquecem os setores industriais e do comércio. Seria isso suficente para apontarmos como vantangens do setor  do "agronegócio". Vejam que coloco entre aspas ao referir-se sobre o assunto, por  acreditar que as coisas não são bem assim. Pois, tem algo nebuloso, que precisa ser desnudado. Tudo bem meus queridos leitores, talvez seja implicância minha e vocês podem contra-argumentar dizendo: A expansão do agronegócio é benéfica pelo fato de impulsionar a modernização da produção, incorporar novas recnologias, ser o grande pilar da economia, refutar com dados e estudos que mostram ser 25% do PIB e que a revolução agrícola tem efeitos transformadores na sociedade brasileira, sendo então o maior exportador e produtor de alimentos do mundo. Realmente, estariámos loucos em negar que  somos uma potência agrícola, contra dados e estudos em tese não se discute. No entanto, todo e qualquer dado ou estudo precisa de análise e fundamentação. As pesquisas, metodologias, análises sejam quantitativas ou qualitativas requerem hipóteses, mensurações e também investigações. Há sempre uma balança, com dois pesos e duas medidas e certas avaliações exigem uma melhor acurácia. Isso é o fazer científico. Portanto, deve-se compreender que existem dois pólos, um positivo e outro negativo, e não estou falando de eletromagnetismo terrestre. A minha intenção é desvendar os verdadeiros interesses dos grandes latifúndios, terras improdutivas concentradas nas mãos de poucos. Muits dessas foram invadidas através de acordos sujos, acordos políticos nefastos e grilagem. Ações que se desdobraram em conflitos armados, assassinatos, massacres indígenas e morte de líderes de movimentos pela reforma agrária. A questão agrária no país nunca foi pacífica, sempre foi alvo de conflitos sangrentos. A grande mídia coloca no centro desse espetáculo os movimentos em prol da terra como os inimigos, os desordeiros, os arruaceiros - aqueles que invadem e tomam as terras dos pobres latifundiários (produtores e empresários do "agronegócio) - assim, vendem a imagem do MST como o vilão da história, cuja população tomam como uma verdade. Tal desconhecimento do povo a respeito do MST dá-se pela canalhisse  do conluio entre parte da mídia comprada, latifundiários, certos políticos e o aparato policial. A desinformação como objeto de manipulação impede que a sociedade entenda que os movimentos pela luta agrária são legítimos aos olhos constitucionais e suas demandas tem contríbuido imensamente pelo desenvolvimento agrário no país. O papel do MST tem gerado renda e ampliado de forma crecente a produção agropecuária, com produtos de qualidade e benefícos a saúde da população, por serem na maioria orgânicos e sem agrotóxicos. As pequenas propriedades de agricultura familiar são responsáveis pela maioria da produção interna e movimentam o abastecimento local. Ao passo que as grandes lavouras de monoculturas como soja e milho destinadas aos mercado externo tem impacto direto no meio ambiente e na mudança climática. São eles os defensores de defensivos químicos prejudiciais a saúde e ao solo. Por isso, a necessidade de rever o modelo agrário e desenvolver um setor agropecuário com base na agroecologia, na sustentablidade e nas melhores práticas agroinsdustriais. O setor também depende da criação de programas governamentais focados em estudos e pesquisas, além de crédito e emprestímos rurais com taxas de juros de baixo custo. O modelo agrário no país deve partir de um histórico com base nas práticas coletivas e sociais. Os incentivos públicos são essenciais tal desenvolvimento. O agro não é pop, mas sim popular, ou seja pertence a sociedade brasileira. Assim como os movimentos em prol da reforma agrária, que sofreram todo tipo de violência e descrédito.              

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