sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Um pequeno manifesto do "Open Acess"


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"Que toda sociedade possa usufruir do conhecimento e da produção acadêmica  e assim utilizá-la em suas pesquisas. Essa é a forma mais inteligentes de incluir as pessoas num mundo tão tecnológico".

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O digital nasceu para facilitar o trabalho humano em tarrfas e atividades cotidianas. As tecnologias da informação e da comunicação (TICs), os sitemas informacionais, os aplicativos, a inteligência artificial (IA) trouxeram grandes beneficios não só para competividade das empresas, mas tambem na melhoria dos serviços publicos. A tecnologia é produto da pesquisa e do trabalho do homem, assim como as máquinas, as mercadorias que geram valor e alimenta a roda da economia. Os produtos nascidos do digital tem embutido em si o valor do tempo de trabalho, a mais-valia social. 

A criação intelectual, a pesquisa cientifica, a produção acadêmica, como fruto das ideias e do estudo de cientistas, pesquisadores e professores já foi inserido nesse turbilhão devorador da acumulação capitalista. Atualmente, os produtos da pesquisa científica, tais como: papers, artigos de periódicos, estudos de casos e outros são colocados em grandes portais e editoras cientificas e somente disponibilizados para aqueles que podem pagar uma assinatura ou comprar isoladamente um dos produtos. As grandes plataformas e editoras científicas mercantilizam o conhecimento, e assim fazem o jogo do capitalismo cognitivo. A partir do momento em que se fecha o conhecimento acadêmico e a pesquisa científica em poucos players do mercado, o compartilhamento e a disseminação da informação fica completamente prejudicada. Pois, o material científico -  que a princípio deveria ser um bem coletivo e servir a sociedade - torna-se mais um produto do capitalismo. 

O próprio poder público alia-se a estes players do mercado, com advento de legislações que punem aqueles que reproduzem, copiam, utlizam e fazem download desses materiais. Estão no rol dessas legislações: leis de direitos autorais, leis de crimes de pirataria, copyright e outras. Veja que o mundo acadêmico -  produtor de conhecimento - que deveria ser o ambiente primeiro da democracia e da liberadade intelectual, na verdade, é o espaço da repressão e do conservadorsimo. Portanto, a necessidade de irmos na direção contraria dessa repressão intelectual imposta pelos ditames da academia aliada aos produtores de matérias cientifícas, nasce o movimento de luta pelo "open access" que visa a abertura de uma nova economia calçada no coletivismo cientifíco, cujo acesso não seja restrito apenas  às camadas mais ricas da sociedade. Enfim, a produção das pesquisas e estudos científicos deve ser um bem social e aberto a todos. Não cabe mais o modelo atual de produção do conhecimento, pautado na perspectiva capilista, em que a informação tornou-se propriedade de grandes empresas provadas e para obtê-las é necessário pagar. A um custo bastante elevado. 

Sabe-se que o mercado apropria-se  do trabalho intelectual de cientistas,bibliotecários, escritores, pesquisadores e professores, naquilo que Marx denominou de mas-valia, ou seja, a apropriação e alienação do trabalho. Com isso, grandes corporações exploram o trabalho intelectual e dele extraem o lucro. A tecnologia como um todo ampliou essa expropriação e atingiu de forma certeira o espaços do fazer cientifíco, e toda produção intelectual ficou a mercê do mercado. Talvez, o "Open Access" seja o caminho de democratização do conhecimento e da informação, que é gerado pela própria sociedade. Então, è abrir o conhecimento e torná-lo um direito de todos. Dessa forma,  periódicos cientifícos, pre-prints, softwares especifícos desenvolvidos por cientistas e pesquisadores devem sim estar nas mãos de todos aqueles que deles necessitam,seja para trabalhos futuros, para informações e dados. 

Essa era a causa de Aaron Swartz, um jovem hacker ativista, cujo desejo era que a produção cientifíca, o desenvolvimento de aplicativos e softwares fossem disponiblizados a toda sociedade. Que estudantes, acadêmicos, pesquisadores e pessoas comuns pudessem ter acesso às tecnologias, às informaçoes e os conhecimentos gerados por outras pessoas. No entanto, o lobby das grandes corporações  de tecnologias, que visam apenas o lucro fez morrer literalmente suas aspirações. Mas saibamos, líderes, ativistas e ideais não sucubem, ao contrário, se fortalecem, ganham milhões de seguidores e outros ativistas que adotam a sua causa. E assim, permanecem vivos numa batalha constante contra as imposições do capital e do dominio das corporações.

O manifesto de Aaron Swartz permanece vivo e possui milhões de adeptos nos quatros cantos do planeta. A guerra contra a dominação do conhecimento pelas grandes empresas vem sendo amplamente travadas em diversos fronts. O livre acesso já está posta sobre a mesa. Trata-se de um direito fundamental de todos, que anseiam pela ampla difusão do conhecimento e informação. Bem, o "Open Access", ou seja o acesso aberto caminha sobre o futuro utópico, ou talvez distópico das redes.   

               

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