segunda-feira, 3 de maio de 2021

O desabafo da classe trabalhadora


Pergunte-nos, o que tanto desejamos! Responderemos em alto e bom som, uma narrativa – mas não uma qualquer – tem que ser a narrativa com o poder de abalar as antigas estruturas do sistema, capaz de desconstruir os mitos, as crenças e o valores de uma cultura dominante, pautada na expropriação, na alienação e na espoliação da força de trabalho. Com isso, reconstruir a cultura dos antepassados, que idolatra os deuses da natureza, como o sol, a lua, a chuva e valoriza o trabalho coletivo.

Se somos trabalhadores, merecemos o pão, o vinho, o salário digno, a igualdade e a liberdade de ser humano, mas - antes de tudo – a narrativa e aí sim produziremos histórias. A nossa história, de lutas e de conflitos – para utilizarmos contra a exploração. Porque, o trabalho produz não só mercadorias, produtos que atendem o consumo dos mais ricos, mas também gera uma série de outros fatores comuns ao mundo econômico como riqueza, desigualdades, escassez e crises.

A narrativa serve de instrumento para construirmos cenários através da linguagem, que com seus símbolos e signos nos tornamos capazes de enfrentar as adversidades impostas pela opressão dos sistemas, sejam eles totalitários, ou mesmo aqueles pseudodemocráticos. Infelizmente na contemporaneidade, as falsas narrativas dominam como se fossem autênticas, mas não são. Pois, utilizam uma linguagem semelhante a nossa, então, a empacotam e distribuem nos mais variados meios de comunicação de massa e para muitos, tal linguagem, apresenta-se como normal e palatável. Essa, é a narrativa da opressão invisível, que opera no domínio das mentes e coroações.

Essa linguagem formatada em pacotes e composta de falsas narrativas nos jogou para aquilo que Fumagalli denomina de bioeconomia, ou seja, a economia da vida que é parte do biopoder foucaultiano. Assunto que veremos nos próximos capítulos deste livro. Portanto, somente a verdadeira narrativa, vindas dos trabalhadores e de sua cultura, terá condições de nos retirar dos espaços de dominação e da opressão invisível, e nos colocar novamente no eixo da nossa história.                 

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Natureza

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