Redes sociais:
Quando se fala em redes sociais
logo pensamos em tecnologia da informação e aplicativos de relacionamentos
disponíveis na internet, tais como: Facebook, Linkedin, Twitter, Whatsapp, Tumblr
e outros, o conceito vai além do aspecto tecnológico e envolve principalmente
pessoas, empresas e instituições.
Uma rede social refere-se a um
conjunto de pessoas (empresas ou organizações) conectadas por relacionamentos sociais
motivados por amizades, relações de trabalho ou troca de informação, sendo a
representação formal de atores e suas relações (TOMÁEL, 2007).
Na visão de Silva e Ferreira a
rede social é compreendida como um conjunto de pessoas (empresas ou
instituições) interligadas por um conjunto de relações de trabalho, trocas
comerciais ou informações.
O papel das redes sociais nas
organizações tem como objetivo:
·
Mapear competências de seus atores;
·
Promover a colaboratividade e aprendizagem entre
os atores;
·
Criar novos conhecimentos através dos fluxos de
informação presentes na rede;
Aspecto sociológico das redes
sociais:
As redes sociais se formalizam em
instituições e organizações da sociedade, reproduzindo relações de poder
geradas dentro de si (CASTELLS, 2010).
Na atual sociedade da informação
e do conhecimento marcada pela expansão de ocupações produtoras e
disseminadoras de conhecimento, a tecnologia e suas aplicações atuam como
ferramentas para melhorar gerenciamento e o processamento das informações nos
ambientes organizacionais.
As redes sociais adquirem um grande
valor nesta sociedade da informação e do conhecimento, devido a capacidade de compartilhamento
e troca de informações e conhecimento dos participantes da rede.
Podemos dizer que a combinação
entre informação e redes sociais geram fluxos de conhecimentos, que se movem
por toda rede. Então, vivemos numa sociedade em rede e na era da informação e
do conhecimentos, cujas funções e processos sociais (organizacionais) existem
em torno das redes.
No ambiente organizacional as
redes sociais funcionam como espaços de informação e de conhecimento (TOMÁEL,
2005). Nestes espaços a gestão do conhecimento deve proporcionar o aprendizado
e a inovação como elemento de competividade.
O objetivo da gestão do
conhecimento no âmbito das redes é trabalhar com o conhecimento existente nas
organizações, pois o conhecimento reside nas pessoas e são elas que fazem as
coisas acontecerem.
Mas enfim, o que é gestão do
conhecimento?
A gestão do conhecimento pode ser
conceitualizada como um conjunto de estratégias e processos de identificação,
captura, compartilhamento e utilização do conhecimento tácito para identificar
a competitividade. Estes processos podem ser observados na espiral do
conhecimento criado por Nonaka e Takeuchi (1998) para explicar a conversão dos
conhecimento tácitos (caráter pessoal, difícil de transmitir, envolve intuição,
habilidades pessoais, experiências, crenças e percepções) e conhecimentos
explícitos (formal, registrado, codificado, materializado em documentos, sons,
vídeos, imagens).
Fig-4: Espiral do conhecimento
(NONAKA & TAKEUCHI, 1998)
As redes sociais de informação
(RSI) segue a mesma definição de redes sociais, mas com viés para circulação
dos fluxos de informação.
Para Allen et al (2007) as redes
sociais de informação tem sido utilizada em estudos de fluxos de informação e
conhecimento, que aplicada nas organizações permite identificar os fluxos informacionais,
o papel dos atores e os relacionamentos que compõem as redes informais.
Ao fazer a análise dessas redes
sociais de informação podemos identificar e visualizar grupos de trabalhos,
divisões internas destes grupos e os atores centrais e periféricos.
Análise de Redes
Sociais (ARS):
A análise de redes sociais (ARS)
é uma ferramenta metodológica importante para estudar os relacionamentos
sociais e organizacionais que fomentam o compartilhamento da informação e do
conhecimento nas redes.
A análise das redes sociais como
método permite gerenciar os conhecimentos até então desconhecidos pelas
organizações. Pois com a ARS podemos identificar e analisar os fluxos de
informações entre os atores da rede.
Análise de redes sociais em
organizações:
Conhecida como redes
organizacionais, trata-se de um modelo de rede em que os nós são os
funcionários e as ligações entre eles representam as relações sociais e os
fluxos de informação. Essas redes se caracterizam pela:
- Dinamicidade;
- Estratégias;
- Infraestrutura;
- Fluidez presente nas trocas de informação;
Se quisermos melhorar o fluxo de
conhecimento nas organizações, precisamos compreender os padrões de interação,
os papeis dos atores, a quantidade de ligações entre as pessoas e os gargalos
existentes nas redes, portanto tal compreensão virá da análise de redes sociais
como metodologia de pesquisa.
A Análise de Redes Sociais (ARS)
tem como objetivo identificar o posicionamento e as relações dos sujeitos em
uma rede. As relações dentro dessa rede são dotadas de conhecimentos tácitos,
que geralmente precisam ser gerenciados para obtenção das melhores práticas
organizacionais.
Redes colaborativas:
Constituídas por indivíduos, em
grande parte autônomos, distribuídos geograficamente e heterogêneos culturalmente
e organizacionalmente as redes colaborativas permitem que a informação e o
conhecimento possa ser compartilhado, gerando novos conhecimentos e além de
alavancar o aprendizado.
A colaboração dentro das redes
nasce da vontade de seus participantes compartilharem informações e
conhecimentos.
Numa abordagem voltada ao contexto empresarial, Podolny e Stuart (1995)
sugerem que redes informais possibilitam a troca de recursos como experiências
e a difusão de informações estratégicas associadas ao trabalho, permitindo a
definição de normas e identidade de uma empresa.
Nas redes organizacionais o fluxo
de informação é o principal elemento para entendermos como são constituídos os
vínculos de interação e colaboração. Os fluxos de informação movimentam e
fortalecem as redes.
As redes
colaborativas promovem na organização maior flexibilidade, inovação e eficiência,
assim como qualidade de produtos ou serviços em virtude de efetivamente unir competências.
Referências:
ALLEN, J et
al. Formal versus informal knowledge networks in R&D: a case study using
social networking analysis. R&D management, v.37, n.3, p.179-196, 2007.
CASTELLS, M. Redes sociais e transformação da sociedade. In: Cadernos Ruth Cardoso. Centro Ruth
Cardoso, p.86-96, 2010.
NONAKA, I; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa:
como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio
de Janeiro: Campus, 1998.
PODOLNY, J.
M; STUART, T. E. A role-based ecology of technological change. American Journal of sociology, v.100,
p.1224-1260, 1995.
SILVA, A. B. O; FERREIRA, M. A. T. Gestão do conhecimento e capital social: as redes e sua importância
para as empresas: Londrina: Informação
& informação, v.12, n. esp, 2007.
TOMAEL, M. I. Redes sociais, conhecimento e inovação localizada.
Londrina: Informação & informação,
v.12, n. esp, 2007.
TOMAEL, M. I. Das redes sociais à inovação. Brasília: Revista ciência da Informação, v.34,
n.2, maio/ago. 2005.
TOMAEL, M. I; MARTELETTO, R. M. Redes sociais: posição dos
atores no fluxo de informação. Encontros Bibli:
revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, n. esp, p.75-91,
1º sem 2006: VI ENANCIB.