domingo, 20 de agosto de 2006

Ponto Cego

Existe no horizonte um ponto cego, cujo nada vemos, mesmo se fixarmos nosso olhar. Há apenas a escuridão. Já não tem mais luz, assim o fogo se apaga, então tudo começa a congelar, meu coração endurece, não sinto mais a sua presença. Estou cego, cego de ódio e rancor, nada mais me apaziguá, saio correndo, com medo, como uma criança indefesa. Sou mais um animal solto pelo mundo, assim chego ao ponto cego, mas onde está, vejo que está dentro de mim. Deixem a luz acesa, para ver se me aqueço, tenho frio, não o frio de um corpo, mas da alma, que vive num mundo gelado. Então façam uma fogueira, nela me atirem, pois podem destruir meu corpo, mas tenho a certeza que minha alma será aquecida. Quero teu calor, teu amor, preciso viver dentro de ti e sentir sua dor, tua alegria. Minha jornada é longa, não sei para onde vou, só sei que tenho que ir, seguir reto o meu caminho, aquele que não escolhi, mas sempre chegarei ao ponto cego, onde não mais me encontrarei, grito por luz, e as minhas mãos me guiará. São elas agora meus olhos, minha luz e meu caminho.

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Natureza

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