Numa tarde cinza de
inverno, naquela grande cidade as pessoas corriam apressadamente por todos os
lados, era visível em a tristeza em seu olhar. Ninguém falava um com o outro,
pareciam seres zumbificados. Apenas dirigiam-se às lojas, aos carros e bares
daquela imensa selva de puro concreto e ferro. Ali estava eu, mais entre a
multidão, buscando o nada, comprando as minhas vaidades e vontades, programado
para entrar numa loja, pegar minha
necessidade de consumo e assim chegar até o caixa para passar meu cartão e ouvir daquela menina, também um ser programado,
apenas as palavras: "boa tarde senhor, vai pagar com cartão ou
dinheiro, obrigada, volte sempre". Pois aquela seria a única pessoa com quem falaria, apesar de
ser um ser robótico, que cumpre a sua função dentro deste capitalismo, cujas
nossas vidas são transformadas em mercadorias e trabalho. Queria que o sol
aparecesse na tarde de amanhã, sei que ofuscaria meu olhos, mas com certeza o
dia seria muito mais feliz. Quanto aquela caixa de supermercado, realmente eu
não sei...
domingo, 4 de junho de 2006
Tarde cinza
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Um comentário:
Aquela caixa de supermercado provavelmente é uma mulher gostosinha e muito exitante, se você a convidasse para sair mais tarde você veria que ela não é um ser robotizado, e sim uma mulher em busca emoções assim como você.
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