sábado, 17 de junho de 2023

Avaliação sobre as commodities nesse período de pandemia

 

Antes de adentramos as análises, precisamos aqui definir o seu conceito. As commodities - segundo uma breve definição retirada do site da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (FIOCRUZ) - são aqueles:

"produtos de origem agropecuária ou de extração mineral, em estado bruto ou pequeno grau de industrialização, produzidos em larga escala e destinados ao comércio externo. Seus preços são determinados pela oferta e procura internacional da mercadoria. No Brasil, as principais commodities são o café, a soja, o trigo e o petróleo".

Então, após termos o conceito de commodities podemos agora diagnosticar o comportamento de algumas commodities diante da crise pandêmica mundial.  No caso, o petróleo nesse período sua demanda teve uma queda de 9%, com uma desvalorização de 20% no preço, prova de que a pandemia afetou em cheio o consumo. Por outro lado, as commodities agrícolas tiveram uma forte subida de preços, fazendo com que a comida no mundo ficasse mais cara, principalmente nos países mais pobres.

Conforme o relatório do Banco mundial em seu "Global Economic Prospect " alguns países asiáticos (mais pobres) como Afeganistão, Bangladesh tiveram maior percentual nos preços dos alimentos em torno de 11,5%, na região da África em países como congo aumento foi em média 8% e na América Latina o acréscimo dos preços dos alimentos foi de 7,8%. No entanto a Europa apresentou patamares menores de aumento por volta dos 3,5%. Com isso, mostramos que a pandemia atingiu economicamente muito mais os países pobres e emergentes, do que as nações mais desenvolvidas e ricas do planeta.

Portanto vivemos um cenário de incertezas, onde os riscos financeiros são bem maiores. Há por partes dos investidores uma disposição positiva para o risco, especialmente pelos países ricos e alguns emergentes que tenham melhor situação econômica. Para o Brasil essa situação é um tanto desfavorável, sendo que a produção industrial e o setor de serviços não apresentaram índices muito animadores.  A produção industrial em relação ao PIB teve no 2º semestre de 2020 uma queda de 13% e sobe no 3º trimestre 14,8% de acordo com o Banco central, se observamos os dados a recuperação é irrisória. No setor de serviços a situação é muito pior, sendo que no 2º semestre de 2020 tivemos uma queda de 9,4% e no terceiro trimestre do mesmo ano recuperamos apenas 6,3%, apresentando um déficit de 3,1%.

Variação das exportações no Brasil em 2020

Em termos de exportação o Brasil apresentou, segundo a Secex, importantes dados que demonstra que mesmo perante à pandemia o comércio internacional continuou a funcionar. No entanto continuamos um país exportador de matérias-primas sem muito valor agregado e longe de sermos uma potência tecnológica. Conforme a Secex, tivemos um aumento na exportação de minério de ferro, com uma variação de 13,7% em relação ao ano anterior e um total de 26,5 bilhões de dólares. A soja, importante commodity brasileira, representou uma variação de 9,54%, totalizando 28,6 bilhões de dólares na exportação.

O açúcar brasileiro tão apreciado no estrangeiro em 2020 cresceu suas exportações em 68,6% após uma queda de 20,6% em 2019 com uma variação absoluta de US$3,6 bilhões. Porém, ao analisarmos os números da exportação do petróleo verificamos uma queda de 18,9% com uma variação em dólares de US$4,6 bilhões. As exportações tiveram um papel importante na balança comercial brasileira mantendo um superávit, de certo modo significativo. Esse quadro econômico um tanto tímido certamente abala os índices de confiança do consumidor, que se mostra preocupado com rumo do país, na qual a tendência das pessoas é poupar mais. No caso da população de alta renda existe maior confiança em relação aos rumos econômico e políticos do país, justamente por não serem tão afetados.  

A evolução econômica e contexto histórico são duas variáveis que permite entendermos o desenvolvimento de um país. Com a variável evolução econômica somos capazes de compreender o crescimento do PIB, a taxa de inflação, a distribuição de renda, as desigualdades, além da geração de riquezas produzidas numa nação. Já o contexto histórico nos fornece um panorama do espaço político social e econômico daquela nação e com isso traçamos o cenário econômico da época, assim compreende-se os modos de vida de sua população em relação a distribuição da riqueza.

Historicamente, o Estado sempre teve uma enorme presença no desenvolvimento do país, principalmente na subvenção e apoio à indústria nacional, seja criando empresa estatais ou oferecendo crédito a baixo custo para as empresas privadas. Talvez possamos aqui fazer a seguinte digressão, onde o capitalismo brasileiro nasceu de certo socialismo do Estado, na qual grandes corporações emergiram às expensas do dinheiro público.

O Estado Brasileiro sempre teve sem sua história mecanismos econômicos que subsidiariam o setor privado, como o BNDES, além de um forte lobby presente nas casas legislativas (Câmara do deputados e Senado), das quais diversos projetos e leis beneficiaram diversos setores da economia, principalmente o agronegócio. 

Durante o período da ditadura no Brasil, os governos militares proporcionaram o crescimento de grandes empresas (principalmente as dos setores de construção civil), por meio de políticas e projetos de infraestrutura, além do desenvolvimento de grandes obras públicas. No entanto, esse desenvolvimento acabou custando caro ao país: aumento do endividamento externo, desequilíbrio das contas públicas e inflação - que no fim não trouxe qualquer vantagem para qualidade de vida à população Brasileira.                          

Natureza

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